sexta-feira, 16 de maio de 2014

Aurica – Gina Rosati

Sinopse: Anna Rogan esconde um segredo: consegue fazer viagens astrais. Numa dessas viagens presencia a morte de Taylor, que aproveita o descuido e assume o controle de seu corpo. Agora o incrível passatempo ameaça se transformar num terrível pesadelo.

Qualificação: Regular.

Resenha: A ideia parece boa, mas a execução não conseguiu ser.

Faltou credibilidade. A trama ficou num plano infantil, exagerado e irracional demais. Assim, não conseguiu me emocionar, nem comover. O maior sentimento que evocou foi uma tremenda agonia de ver a personagem vagando de um lado para o outro sem perspectiva de resolver o próprio problema.

Um livro de rápida e fácil leitura. Trama simples e mitologia pouco desenvolvida que não oferece espaço a muitos questionamentos, nem respostas concretas para os poucos que levanta. O que é uma pena, pois trás em si mesma a proposta de apresentar algo diferente, com muitas possibilidades.

A morte de Taylor é um infeliz acidente que ela deseja transformar em assassinato para se vingar do garoto que a rejeitou. A garota é extremamente infantil e irracional, sendo difícil abrir qualquer linha de diálogo com ela. Segue criando problemas sem qualquer pudor ou reflexão, agarrada à única forma de sobrevivência que lhe é possível.

Assim, Anna precisa encontrar uma maneira de retomar o corpo que lhe pertence. Enquanto isso não acontece, tem que lidar com as acusações de Taylor contra seu amigo, a forma com que ela se apropria e utiliza de seu corpo, bem como as ações e reações que ela começa a provocar em todos ao redor com a sua identidade.

SPOILERS!!!

Considerando as atitudes de Taylor do ponto de vista de Anna, foi meio tenso! Ver a outra fazendo o que bem entendia com seu corpo era enervante! Uma agonia ver Anna seguindo impotente no plano astral, enquanto a outra colocava piercings e tatuagens no corpo, entre outras coisas.

Só não foi melhor porque não parecia como se Taylor estivesse se ajustando à nova vida. Não é como se ela fosse estúpida, pois figurava entre as melhores alunas da escola por uma razão. Simplesmente não se justificava e deixava as coisas apenas irritantes, ao invés de interessantes. Parecia que ela estava testando a paciência e os limites de Anna, e os nossos junto, como leitores.

Rei é um fofo! O personagem mais centrado, racional e coerente do livro. Tinha preocupações válidas e buscava soluções práticas para tudo. Um contraponto sem o qual Anna poderia simplesmente deixar de existir. O romance entre eles foi a parte mais cativante e bem construída.

A parte da mitologia foi pouco consistente. Curti a ideia de que no final ela adquiriu poder de cura atraindo e manipulando energia positiva, mas nem tudo foi coerente. Ficar visível, tocar nas coisas, por exemplo, parecia muito da conveniência da autora. Imagine o estrago se cada alma furiosa por aí tivesse aquele poder todo da Taylor num piscar de olhos?


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