domingo, 11 de maio de 2014

Serie Legend 02 – Prodigy – Marie Lu

Sinopse: O criminoso mais procurado do país foi executado... portanto as buscas devem acontecer em segredo. Com ele, está a garota prodígio que o ajudou a escapar, mas é impossível saber se ela o fez por vontade própria ou não. Uma tentativa desesperada de contatar os Patriotas pode ser a única esperança de Day e June.

Qualificação: Bom.

Resenha: Sabe aquele tipo de livro que você preferia que não tivesse continuação? Quase isso. Muitas pontas em aberto me trouxeram até aqui. Queria respostas e encontrei algumas, mas isso não foi algo tão satisfatório quanto havia imaginado que seria.

É impossível resistir ao desejo de continuar acompanhando e saber cada vez mais detalhes sobre personagens que você gosta. O livro tem algumas sacadas bem interessantes que fizeram valer a pena, especialmente na construção de sua mitologia e cenário geopolítico. No entanto sou obrigada a afirmar que preferiria alguns capítulos a mais no final do volume anterior dando um encerramento digno ao romance.

Sim, prefiro isso a ver um ótimo trabalho decair. Este volume perdeu muito da tensão, da paixão e do propósito iniciais!! Deu voltas, perdido, até escolher um caminho previsível e pouco cativante. E agora só me resta esperar que o volume final seja redentor.

Day e June continuam em movimento. É preciso encontrar aliados e fazer concessões se pretendem sobreviver, descobrir os segredos da República e salvar as poucas pessoas que lhes são importantes.

SPOILERS!!!!

Fantástico o desenho do novo mapa mundi!! Nunca parei para pensar nisso antes, mas faz todo sentido que a Antártida acabe se revelando um enorme e promissor continente após o derretimento de toda cobertura de gelo. Com amplo espaço para ocupação e recursos por explorar, se transforma numa potência respeitada, um cenário bem elaborado.

Numa leitura igualmente válida, um mundo exterior regido pelo domínio das corporações, num futuro bem fácil de enxergar, planta a dúvida sobre a melhor forma de governo. E a República isolacionista, ditatorial e militarizada na qual se transforma parte dos EUA, soa ironicamente igual a uma Cuba atual... na qual certos interesses coletivos deveriam se sobrepor aos individuais e o bem estar social estaria acima do poder do capital e da propriedade privada, se não fosse a corrupção que se observa naqueles que possuem o poder.

Parece que Day está com os dias contados, mas fica difícil acreditar nisso em meio a tantas mentiras, não? Ainda mais que o fato tem importantes desdobramentos. Diante do fim, ele abre mão de June, que fica livre para Anden e a reconstrução da República. Além isso, a perspectiva da morte iminente pode facilitar a decisão de agir numa missão suicida e se tornar um mártir. Espero que a autora consiga transformar tudo isso em algo excepcional.

Anden aparece como uma incógnita, mas rapidamente se transforma numa vítima e possível aliado. É certo que se interessa por June e aparenta ter uma boa visão e comprometimento social, mas algo me diz que nem tudo foi revelado sobre o personagem e ainda me sinto nutrindo certa desconfiança.

Se fosse criar uma teoria sobre June e seus amados, diria que ela termina com Day e Anden vai mostrar que não é o que aparenta. Isso pode acontecer ou não, mas tudo que desejo é que seja um final coerente, bem construído, conectado, sobre o qual eu me sinta convencida e satisfeita.

Não foi difícil antecipar que Razor fazia parte de uma dissidência. Nem tanto pela facilidade de acesso a tudo, mas principalmente por fazer tudo muito abertamente sem ser incomodado. Na verdade eu que já estava ficando incomodada com isso e foi um alívio saber que seus atos não estavam passando despercebidos.

O irmão de Day motivou boa parte de suas ações. Criou em mim certa expectativa que ainda não foi atendida. Foi importante esclarecer o que estava acontecendo com ele, mas imagino que venha a ter um papel mais atuante. Pode ser cisma minha, mas acho que ele ainda não mostrou a que veio.

Entre as coisas surpreendentes do volume, está o romance entre Thomas e Metias. Não suspeitei do par até a própria June estar no caminho da descoberta. Tive a sensação de que este caminho foi se formando posteriormente, não sendo realmente a proposta inicial, mas foi uma boa virada.


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