Sinopse: O criminoso mais procurado do
país foi executado... portanto as buscas devem acontecer em segredo. Com ele,
está a garota prodígio que o ajudou a escapar, mas é impossível saber se ela o
fez por vontade própria ou não. Uma tentativa desesperada de contatar os
Patriotas pode ser a única esperança de Day e June.
Qualificação: Bom.
Resenha: Sabe aquele tipo de livro que
você preferia que não tivesse continuação? Quase isso. Muitas pontas em aberto
me trouxeram até aqui. Queria respostas e encontrei algumas, mas isso não foi
algo tão satisfatório quanto havia imaginado que seria.
É impossível
resistir ao desejo de continuar acompanhando e saber cada vez mais detalhes sobre
personagens que você gosta. O livro tem algumas sacadas bem interessantes que
fizeram valer a pena, especialmente na construção de sua mitologia e cenário geopolítico.
No entanto sou obrigada a afirmar que preferiria alguns capítulos a mais no
final do volume anterior dando um encerramento digno ao romance.
Sim, prefiro
isso a ver um ótimo trabalho decair. Este volume perdeu muito da tensão, da
paixão e do propósito iniciais!! Deu voltas, perdido, até escolher um caminho
previsível e pouco cativante. E agora só me resta esperar que o volume final
seja redentor.
Day e June
continuam em movimento. É preciso encontrar aliados e fazer concessões se
pretendem sobreviver, descobrir os segredos da República e salvar as poucas
pessoas que lhes são importantes.
SPOILERS!!!!
Fantástico o
desenho do novo mapa mundi!! Nunca parei para pensar nisso antes, mas faz todo
sentido que a Antártida acabe se revelando um enorme e promissor continente
após o derretimento de toda cobertura de gelo. Com amplo espaço para ocupação e
recursos por explorar, se transforma numa potência respeitada, um cenário bem
elaborado.
Numa leitura
igualmente válida, um mundo exterior regido pelo domínio das corporações, num
futuro bem fácil de enxergar, planta a dúvida sobre a melhor forma de governo. E
a República isolacionista, ditatorial e militarizada na qual se transforma
parte dos EUA, soa ironicamente igual a uma Cuba atual... na qual certos interesses
coletivos deveriam se sobrepor aos individuais e o bem estar social estaria
acima do poder do capital e da propriedade privada, se não fosse a corrupção
que se observa naqueles que possuem o poder.
Parece que Day
está com os dias contados, mas fica difícil acreditar nisso em meio a tantas
mentiras, não? Ainda mais que o fato tem importantes desdobramentos. Diante do
fim, ele abre mão de June, que fica livre para Anden e a reconstrução da República.
Além isso, a perspectiva da morte iminente pode facilitar a decisão de agir
numa missão suicida e se tornar um mártir. Espero que a autora consiga
transformar tudo isso em algo excepcional.
Anden aparece
como uma incógnita, mas rapidamente se transforma numa vítima e possível aliado.
É certo que se interessa por June e aparenta ter uma boa visão e
comprometimento social, mas algo me diz que nem tudo foi revelado sobre o
personagem e ainda me sinto nutrindo certa desconfiança.
Se fosse criar
uma teoria sobre June e seus amados, diria que ela termina com Day e Anden vai
mostrar que não é o que aparenta. Isso pode acontecer ou não, mas tudo que
desejo é que seja um final coerente, bem construído, conectado, sobre o qual eu
me sinta convencida e satisfeita.
Não foi difícil
antecipar que Razor fazia parte de uma dissidência. Nem tanto pela facilidade
de acesso a tudo, mas principalmente por fazer tudo muito abertamente sem ser
incomodado. Na verdade eu que já estava ficando incomodada com isso e foi um
alívio saber que seus atos não estavam passando despercebidos.
O irmão de Day
motivou boa parte de suas ações. Criou em mim certa expectativa que ainda não
foi atendida. Foi importante esclarecer o que estava acontecendo com ele, mas
imagino que venha a ter um papel mais atuante. Pode ser cisma minha, mas acho
que ele ainda não mostrou a que veio.
Entre as
coisas surpreendentes do volume, está o romance entre Thomas e Metias. Não
suspeitei do par até a própria June estar no caminho da descoberta. Tive a
sensação de que este caminho foi se formando posteriormente, não sendo
realmente a proposta inicial, mas foi uma boa virada.
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