Sinopse: Esta é a história de uma
princesa que se tornou vilã. Como princesa do País das Maravilhas, os dias de
Dinah são uma monotonia sem fim de chás, tortas e uma série de humilhações
cruéis nas mãos de seu pai, o Rei de Copas. Conforme a coroação de Dinah se
aproxima, uma sequência de eventos suspeitos e sangrentos sugere que há algo
errado acontecendo. Cabe a Dinah desvendar os mistérios antes que ela perca a
cabeça para o inimigo sagaz e sem rosto.
Qualificação: Bom.
Resenha: Apesar de não atender minhas
expectativas, possui elementos que fazem valer a pena e faz uma leitura meio macabra
sobre o passado de Wonderland que me deixou bastante curiosa.
Sou uma apaixonada
pelo clássico de Lewis Carrol, então fico realmente ligada quando tenho a
oportunidade de explorar os arredores de Wonderland e seus personagens
emblemáticos. Neste aspecto, apesar de não ser a minha preferida, gostei
bastante da construção oferecida neste livro e me sinto tentada a prosseguir na
leitura dos volumes que estiverem por vir.
Curti a cadeia
de eventos! A princesa tem uma personalidade forte, mas não parte de um coração
insensível, nem adota uma postura ensandecida, comuns à sua representação
clássica. A ideia é justamente mostrar que tipo de desventuras levaria alguém a
terminar daquela forma. Assim sendo, o livro é bastante feliz em criar empatia
com a personagem e estabelecer chocantes revelações de maneira que conseguimos
acompanhar o desencanto e desespero corroendo a mente e a alma da jovem.
Faltou habilidade
para transformar bons argumentos e um grande contexto numa cadeia de frases
mais fluidas e empolgantes. Faltou aquele detalhamento que te faz apaixonar por
um texto mesmo sem conteúdo. Faltou paixão.
SPOILERS!!!
O maior mérito
do livro foi mesmo despertar curiosidade. Criou plots interessantes que vão se
mesclando com tudo aquilo que visualizamos no futuro de Wonderland. Quero saber
o segredo de Faina, a verdade sobre Vittiore, Cheshire, o Rei de Copas! Estou
com o coração partido por Charles, embora tenha esperança de que isso tenha
sido algum blefe e ele esteja vivo. Também quero viajar pela Floresta Retorcida,
descobrindo lugares impossíveis e criaturas inesperadas.
Dinah é uma
garota de temperamento explosivo. É possível entender isso, mas o único momento
em que cheguei a sentir junto com ela foi durante o jogo de críquete. Na maior
parte do tempo ela parece uma garota mimada e irritante que merece parte da
desaprovação geral da nação. No entanto, houve crescimento, o que me deixa com
alguma perspectiva.
O Rei de Copas
é medonho! Até então parece que existe alguém influenciando sua insanidade e
violência e todos os indícios apontavam para Cheshire, mas ao mesmo tempo soa
um tanto contraditório por ser justamente ele quem vem ajudando Dinah.
Amei o
Chapeleiro! Junto com ele me deliciei com cada referência e cada ponta que a
autora amarrava, estabelecendo parentescos, causas e efeitos entre os
personagens. A chegada de Vittiore é um sucesso só! Em todo o tempo desconfiei
que ela não fosse maldosa, e sim outra vítima do Rei. De qualquer maneira, sua
presença, a maneira como foi introduzida à corte, serviram como excelente
pretexto para a fúria e desconfiança se desenvolvendo em Dinah.
A ambientação
foi boa. Gosto dos túneis secretos, das paisagens exuberantes cheias de
significado. As Torres Negras ficaram à altura da fama que lhes foi dada! De
causar arrepios imaginar as raízes negras capturando os prisioneiros em todos
os sentidos! E as criaturas fantásticas também tem tudo para acrescentar! Aqueles
cavalos de guerra foram fenomenais!! A conquista do Morte foi um dos trechos de
maior sensibilidade, ganhou muitos pontos comigo!
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