segunda-feira, 10 de agosto de 2015

The Mortal Instruments 06 – Os Instrumentos Mortais – City of Heavenly Fire – Cidade do Fogo Celestial – Cassandra Clare

Sinopse: Sexto e último livro da série!!! “ERCHOMAI”, Sebastian disse. “Estou chegando”. É o momento de definir inimigos, aliados e lutar até as últimas consequências.

Qualificação: Ótimo!!

Resenha: Enfim o fim!!!!!!!!!! Fiquei muito eufórica por terminar, muito feliz com o desfecho... então passaram alguns minutos e senti aquela familiar deprê... A-CA-BOU.

PARATUDO!!! Se você ainda não leu o prequel “As Peças Infernais”, mas pretende fazê-lo, recomendo que o faça antes de mergulhar neste volume. As informações que aparecem aqui, embora poucas em quantidade, revelam os principais questionamentos que tornam a trilogia interessante.

Entre os livros da série, o prequel e as crônicas de Bane, foram muitas horas dedicadas aos Shadowhunters, me apaixonando, sofrendo e me apegando a árvores genealógicas. É com um misto de felicidade e tristeza que chego aqui. É muito gratificante saber o final e foi muito divertido acompanhar tudo, mas tem aquela pontinha de vazio junto (me abraça). Existe uma possibilidade de que o futuro traga novas aventuras com outros personagens, mas isso é outra história...

A leitura deste volume começa causando certa estranheza. Personagens novos e aleatórios me cativando!! A situação é muito tensa, mas o excesso de fofura me atingiu na forma de crianças fofinhas... owhnnnnn

Sebastian ataca Institutos transformando os caçadores em servos demoníacos. Enquanto a Clave subestima seus planos, ele vai ganhando terreno, causando medo e dispersando os seres do submundo. Com uma profunda compreensão da maneira de pensar do inimigo, Jace e Clary estão prestes a tomar uma atitude antes que seja tarde demais.

Fechando pontas e abrindo novas perspectivas a série encerra com uma aventura condizente com tudo que apresentou até aqui.

SPOILERS!!!

Ao final desta reflexão, vou abrir uma espécie de parênteses para discutir as relações com o prequel. Caso não queira esbarrar em informações cruzadas, ignore o trecho após a linha de aviso.

Vou abrir um buraco no coração do seu mundo, e, quando sentirem, pensarão em mim, e se lembrarão de mim.”

Eis que praticamente ao fechar das cortinas conhecemos Asmodeus. Fomos preparados para este momento há longa data, mas conseguimos estar preparados? O pai de Magnus é um dos demônios mais poderosos e sua presença nos agracia com a racionalidade do mal encarnado. Não é engraçado que, depois de tantas lutas, a lógica do ponto de vista do demônio ainda fosse uma parte mal resolvida do quebra-cabeça?

Nada pessoal. Destruir, causar dor, é uma fonte de energia. Em resumo, foi meio isso, mas a cena completa foi uma verdadeira obra prima e coroa brilhantemente a coerente mitologia traçada pela autora.

Meu coração vacilou uma batida com a possibilidade de perder Magnus. Vacilou outra com a decisão de Simon de oferecer a sua imortalidade, mas quase para de vez com o acordo sobre a memória. Parecia errado que todos os casais dessem certo, mas parecia igualmente ruim escolher um para dar errado. Diante de um impasse, fazia todo o sentido que Simon fosse novamente o escolhido da vez, até porque ele sempre desejou deixar de ser vampiro. Era mais como um happy end por vias tortas. Claro, esperei uma solução até o ultimo momento, mas não posso deixar de pensar que era muito aceitável para ele terminar daquela maneira. No fim, toda negociação só serviu para demonstrar didaticamente a ação o demônio.

Comecei falando dos caras, mas este volume foi marcado pela presença e poderio das personagens femininas!!! Aprovei a lot as guerreiras se erguendo e botando ordem na bagunça!!!

Depois de um período de calmaria e chatice, Maia passa pelo trauma de perder a Praetor, Jordan e... se sente livre! Com uma pitadinha de culpa, é verdade, ela segue em frente assumindo o controle do bando, estabelecendo uma aliança com as crianças da noite e reafirmando o pacto com a Clave! Tudo isso com direito a jogo sujo quando necessário e um novo amor (macho ex-alfa vira macho beta? Ou ainda, cão de guarda?? hauhauahau).

Jace pode ter carregado o fogo celestial por aí e destilado fogos de artifício nos momentos mais inoportunos, mas no fim foi Clary quem dominou o fogo e fez o uso correto dele! A ceninha foi meio bizarra, mas a punhalada certeira no menino Sebastian foi mais um ato de afirmação feminina! Sem contar que o domínio do fogo celestial liberou o fogo do casal que finalmente ardeu sob águas demoníacas (o que me remeteu muito à série Covenant e certo laguinho nas profundezas do inferno... mera coincidência??)

A Clave segue em frente com as determinações nem sempre felizes de Jia, mas a democracia tem suas pegadinhas e, mesmo discordando, existem momentos em que conciliar é preciso. Impossível é negar que outra mulher está à frente dos negócios, tanto do lado de cá, quanto do lado de lá, afinal Amatis lidera os Crepusculares com muita disposição.

Mesmo no front inimigo, não dá para ignorar a rainha da corte Seelie. Sabia que o povo faerie estava com tendências duvidosas! O fato de Meliorn poder mentir deu uma boa despistada. A ruiva desfila exalando sensualidade e cretinice! Era óbvio que ela daria um jeito de contar a Sebastian sobre a invasão dos meninos, mas ela se deleita tanto com o jogo de interesses, que nos transmite o mesmo divertimento com as manipulações. Sou muito suspeita para falar porque sou apaixonada pela mitologia faerie, mas amei cada aparição, curti a abordagem sobre o povo fada, a Caçada Selvagem e a simples menção à corte Unseelie me fez sorrir. De uma maneira geral a abordagem de Cassandra sobre as diversas mitologias foi um ponto muito positivo!

E a lista não para de crescer, com Lily articulando e assumindo o controle das crianças da noite, Emma sendo durona e desafiadora e Catarina contribuindo sempre que necessário. Por sinal, uma das partes mais engraçadas foi justamente ver os seres do submundo tentando caçar demônios, especialmente com Lily filmando tudo (embora eu tenha ficado em dúvida sobre a viabilidade disso). Mesmo Maureen e sua visão infantilizada de mundo deram um toque bem especial ao caos, colocando Simon num figurino Romeu enjaulado (eu ri).

Perdas? Sim. A lamentar? Não. Sinceramente, não há muito o que lamentar com a perda de Jordan ou Raphael, muito menos Merlion, praticamente as únicas baixas apesar da magnitude da guerra. Confesso que esperava mais. Entendo a tristeza de Jocelyn e Clary com o fim de Sebastian, mas o desespero de Lilith é o marco maior deste momento. Amatis já tinha ido a tanto tempo que não dava mais para sentir tanto. E Mark mal apareceu, mas considero pacas, não morreu e talvez o futuro reserve boas surpresas.

O plot de Emma e a família de Julian teve destaque desde o início. Foi um crescente que terminou cheio de possibilidades em aberto, como a possível revolta faerie e o caso de assassinato dos pais de Emma. Ficou muito claro que existem elementos suficientes para o desenvolvimento de outra série mais pro futuro. A vontade de que esta série seja feita é tão grande (especialmente quando penso que os faeries devem estar no olho do furacão!), quanto a vontade de que a autora crie algo novo, encerrando de vez este ciclo.

Apesar dos ganchos para uma continuação, o final em nada foi desfavorecido com pequenos pedaços de insatisfação e injustiça. Foi excelente a demonstração de que apesar de tudo a intolerância existe, nem todos terminam felizes e satisfeitos, mesmo que sejam crianças fofinhas e assustadas.

Casais por toda parte. Sim, do início ao fim foi um festival de juras de amor. Então comecemos pelo casal mais inusitado e desajustado: Sebastian e a Rainha Seelie. Eles são a prova de que pode existir diversão em trair e perverter! Um do lado do outro sabendo que pode ser esfaqueado a qualquer instante e adorando a situação!! Não, não guardo como exemplo, mas me diverti bastante aqui do camarote!

Magnus e Alec passam por muita coisa até decidir permanecer juntos. Foi um processo interessante de acompanhar, mesmo porque foi o casal que mais teve questionamentos e dúvidas, o casal que mais evoluiu ao longo dos livros. O Alec do começo é muito diferente do que terminou e, mesmo os problemas com seu pai revelaram mais um pedacinho importante da história familiar e da trama como um todo.

Simon e Isabelle demoraram tanto para fazer a DR e quando conseguem acabam separados por motivo de força maior... Brincadeiras à parte, é estranho pensar em Simon como Caçador de Sombras. De certa maneira ele parece não se encaixar e por mais que eu aprove a relação com Isabelle, penso que permanecer ao largo de tudo, levando a vida de mundano seria um bom final para ele.


Sobre a relação com o prequel -------------------------------------------------------------------

Analisando a minha empolgação durante a leitura das duas séries, acredito que o conhecimento das informações dispostas neste volume tirariam praticamente todo o suspense e mistério envolvidos no prequel, além de perder bastante do significado sendo lido apenas nesta série, por isso mesmo resolvi fazer uma breve disposição dos principais pontos.

Em todo o tempo esperei ansiosamente pela volta de Tessa e James. Em poucas aparições e trocas de palavras, este livro deixa muito claro o desfecho dos personagens principais no prequel. Lógico que encarei vomitando arco-íris a cada micro revelação, sempre correlacionando com tudo, mas isso aconteceu justamente porque já tinha lido os eventos do passado e as informações vieram para acrescentar deliciosos detalhes e matar um pouco as saudades.

 Estava doida para saber porque Tessa ainda não tinha aparecido, em que momento se uniria a James e qualquer amostra do happy end do casal me deixaria extremamente feliz! Além disso, o livro é pontilhado de pequenas insinuações sobre a relação entre as famílias, que só fazem mais sentido quando você sabe o que está por trás das frases. Até o interesse de Zacharias por Emma é muito evidente quando você sabe que ela é a única descendente da família Castairs. De certa maneira, já esperava que a personagem aparecesse desde que vi o nome na ponta da árvore genealógica no terceiro volume da trilogia e, começar com ela deu logo a impressão de que aquilo tenderia a crescer.

Oras, na trilogia a doença de James se estende e causa muitos problemas paralelos para os personagens, sendo o fato de se tornar um Irmão do Silêncio e sua cura posterior eventos que dão conta do final da trama! Por sinal, é muito estranho pensar em James sem os cabelos brancos! Além disso a tensão entre Will-Tessa-James permanece o tempo inteiro! Ao ler este livro fica muito claro que Tessa e Will ficaram juntos e constituíram descendência! Também fica claro que, no fim, ela vive os dois amores, coisa que fez um baita BUM na minha cabeça quando James e Tessa se encontraram naquela ponte! Achei genial e surtei muito com isso porque torcia pelos dois! Mas fui me apaixonando por ambos junto com Tessa, não fazia a menor ideia de que no fim seriam dois amores possíveis em tempos oportunos.

E se você não dá a mínima para romances, ainda assim é agraciado com a informação de que Tessa é uma feiticeira! Uma feiticeira poderosa, imortal e especial o suficiente para ter filhos! No prequel, Tessa não faz a menor ideia do que seja e seus poderes tem aspecto tão singular que mesmo os Shadowhunters tem dificuldade de encontrar uma denominação para ela.

A leitura na ordem inversa é plenamente possível, mas certamente será uma experiência muito diferente da minha. Convido o leitor que seguiu num fluxo diferente a emitir um comentário até mesmo para servir de comparativo e sugestão a futuros leitores.

No caso das Crônicas de Bane a leitura é bem mais livre e, embora existam correlações, os contos podem ser encarados de forma bem independente. Não vejo problemas na leitura antes, durante ou depois da série. Mas vale ressaltar que até agora só li até o volume cinco.

PS: Crepusculares. Esse nome me faz rir por associação com as obras de Meyer.

PS2: Fui altamente trolada, pois Rebecca nem deu as caras! Se você nem se lembra, é a irmã de Simon.


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