domingo, 13 de outubro de 2013

Serie Paranormalcy - Paranormalcy – Kiersten White

Sinopse: Evie sempre se viu como uma adolescente perfeitamente normal, mesmo trabalhando para a Agência Internacional de Contenção Paranormal, tendo como melhor amiga uma sereia e como ex-namorado um faerie. Ela está meio caidinha por um paranormal que muda de forma, é a única pessoa no mundo que consegue ver através do glamour e parece estar no centro de uma profecia que promete destruir todos os seres paranormais. Demais para normal?

Qualificação: Ótimo!!

Resenha: Leve e descontraído o livro tem um tom adolescente fácil de acompanhar sem deixar de trazer elementos curiosos, inovadores e reflexivos.

Quando a vida segue uma rotina, é fácil se deixar acreditar que aquilo é perfeitamente normal... mas será que é? Afinal o que é ser normal?

Normal é o que aplicamos quando nos referimos a uma maioria, quando procuramos generalizar um comportamento esperado. No entanto, um índio vivendo numa pequena e obscura tribo isolada nos cafundós do Amazonas pode ter uma ideia bem diferente da minha sobre as coisas que são normais. Portanto, não se apresse em emitir um julgamento sobre Evie, aprecie cada etapa junto com ela e expanda seus horizontes um pouco!

Amei a maneira como tudo começou tão simples e foi se tornando perfeitamente complicado. Questionar e descobrir mais sobre si mesmo faz parte do crescimento natural vivido na adolescência, por isso mesmo perfeitamente cabível à proposta do livro e ao momento da personagem.

Quando tudo que você tem de referência sobre a adolescência dita normal é uma série de TV, bem, me sinto obrigada a dar algum desconto sobre as suas atitudes mais absurdas. A forma como Evie vê o mundo é bastante peculiar, de modo que seus comentários e percepções tendem a nos mostrar um mundo realmente sem glamour. Praticamente de saída ela nos informa que vampiros não são sexy, são seres mortiços e desagradáveis, MAS... somente ela os vê desta maneira, se eu os visse certamente teria outra opinião e mesmo os outros seres sobrenaturais não são imunes ao glamour. Procurei manter isso em mente criando uma espécie divertida de pensamento paralelo.

A mitologia segue bem ampla, aproveitando inúmeras referências e trilhando seu próprio caminho dentro dela, ago que particularmente aprecio bastante. Muito foi mostrado e ainda persiste a impressão de que muito mais está a caminho.

Seres sobrenaturais estão sendo abatidos por toda parte sem que ninguém sobreviva para contar o que está realmente acontecendo. Enquanto a AICP parece cada vez mais confusa, Evie começa a ter sonhos assombrosos sobre uma antiga profecia faerie que promete destruir todas as criaturas paranormais e percebe que suas habilidades pedem estar ligadas a ela de alguma maneira.

SPOILERS!!!

“Quem somos nós para decidir que alguém não merecia a centelha da vida que lhe foi dada?”

Somos apresentados a uma realidade estruturada, lógica e perfeitamente aceitável. O início remete a uma espécie de MIB e não foi difícil acreditar que ela era legítima e atendia aos interesses da humanidade. Especialmente enquanto Evie enxergava a si mesma como um humano comum e compartilhava os interesses de preservação e megalomania típicos. As dúvidas começaram a vir acompanhadas por desculpas para tudo aquilo que a garota não conseguia explicar, afinal, embora os seres paranormais não tivessem culpa de ser o que eram, isso não lhes dava permissão para agir conforme sua natureza em detrimento dos humanos, certo?


No momento em que Evie se aceita como um ser paranormal dotado de pensamento e autocrítica, seu instinto de preservação fala mais alto e ela é obrigada a procurar alternativas para conciliar sua natureza com sua consciência. Nesta fase somos obrigados a aceitar que os paranormais também têm o direito de lutar com as armas que possuem por aquilo em que acreditam. O ser humano subjuga até outros seres humanos, então o que impede que seres imortais usem humanos para seus próprios interesses?

Além disso, não é como se a AICP estivesse muito aberta a lidar com o desconhecido. Contenção era a palavra chave, enquanto eles engatinhavam no conhecimento e preconceito às criaturas inumanas. Um longo caminho até poder estabelecer algum tipo de cooperação voluntário e pode ser que Evie encontre um meio termo mais eficiente depois de se aventurar pelos extremos da situação.

Gostei muito da concepção de faeries e elementais utilizada. Sua complexidade, bem como a maneira diferenciada de pensar e agir me deixaram certamente ansiosa por mais. Sou muito suspeita para falar no assunto, mas quando os faeries estão na área sempre fico na torcida de que a trama se aprofunde em seu universo, e não é diferente aqui. Ainda é um mistério tudo que envolve o passado de Evie e Vivian, bem como suas características e habilidades, mas sua conexão com os faeries realmente aponta neste sentido.

Em meio à catástrofe universal existe espaço para um belo romance \o/! O garoto água é uma gracinha e o romance dos dois está algo bem cute de acompanhar. Shippo os dois, mas espero que Reth ainda dê muito trabalho na sequencia.


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