Sinopse: Sinto muito dizer que o livro
que você tem nas mãos é bastante desagradável. Conta a infeliz história de três
crianças muito sem sorte. Apesar de encantadores e inteligentes, os irmãos
Baudelaire levam uma vida esmagada por aflições e infortúnios.
Qualificação: Regular.
É uma história triste, trágica inclusive (CÊ JURA??!!!), mas a pior parte nem é essa. O pior é esse aviso se repetindo a cada instante, tentando te manter no clima, ou seja, lá embaixo. Tipo assim... nem adianta se animar, torcer, esperar um pouco de alívio, mas, espera, isso não está claro desde... SEMPRE?? Então qual a necessidade de ficar em loop??
Talvez a graça
do livro seja justamente esse recurso e sua exaustiva repetição? Talvez. Se foi
essa a idéia, talvez eles não tenham conseguido me alcançar e, talvez, você já
esteja percebendo o quanto o recurso é cansativo. Mas, talvez você ache
realmente interessante e, se for este o caso, você pode ser um infeliz
satisfeito ao perceber que encontrou o livro que esteve procurando por toda
vida sem saber!!
Por que não
classifico certos livros logo como ruins? Porque não trago uma avaliação
somente baseada no meu gosto, embora isso tenha um peso considerável. Quando escrevo levo em conta a qualidade do
texto, o tipo de narração, os personagens, a história, a mitologia e tantas
outras questões que vão surgindo. Nem sempre me apaixono por um livro, mas isso
não impede que reconheça quando foi bem escrito, por exemplo. Este livro cumpre
aquilo que promete. De fato isso é algo admirável. Ele é aquilo que se propõe a
ser e não engana o leitor.
Cheguei até
aqui movida por curiosidade, sabendo que havia uma boa chance de que não viesse
realmente a gostar. Certa feita, adentrei uma livraria e dei de cara com este
livro. Puxei um exemplar da prateleira e comecei a ler. Havia alguma coisa,
algum tipo de curiosidade mórbida que fora desafiada com a sinopse, mas em determinado
ponto concluí que não era algo para mim. Tempos depois vi o filme na TV e a
sensação aumentou. Então o mundo deu algumas voltas e eis o livro novamente em
minhas mãos (desculpe a falta de empolgação neste momento)!! Agora era uma
missão concluir a leitura, então me dediquei e aqui estou. Me sinto meio lacônica,
contaminada com o espírito derrotista imbuído na saga, sendo levada por um
desastre iminente sem poder evitar... não deixa de ser irônico.
Uma ode à
desesperança? A celebração do conformismo? Não posso afirmar com propriedade
sobre os rumos da saga como um todo. Posso apenas fazer conjecturas, suposições.
Se o autor cumprir a promessa até o fim, que tipo de pessoas as crianças
Baudelaire se tornarão? Porque o narrador é derrotista até a alma, mas as
crianças começam com alguma esperança e perdem boa parte durante a jornada de
um único volume. Elas podem desenvolver seu potencial, criar excelentes
estratégias de sobrevivência, mas se ao final nada nunca der certo, elas não
serão mais capazes sequer de olhar para trás e manter os olhos sobre a figura
que poderia transformar suas vidas enquanto seguem conformadas para frente,
para um destino desconhecido, inevitável e provavelmente catastrófico.
Talvez - este
livro me libertou da implicância com a redundância! Salvem-se todos! Corram
para as colinas!! – bem, como eu dizia, talvez este livro tenha sido concebido
para se tornar um desenho, embora um desenho triste. Sabe aqueles vilões caricatos,
escancarados, que não fazem nenhum esforço para esconder seus interesses e ainda
zombam na cara de todo mundo? É engraçado nos desenhos, mas não teve muita
graça no livro. Foi tudo muito exagerado assim, surreal demais num sentido de
pouco factível mesmo.
E entramos
noutro ponto que segue cansativo: quando o livro que você está lendo tem inveja
do dicionário e começa a explicar todas as palavras que ele imagina que alguém
pode não saber o significado. Talvez o livro tenha sido gerado para criancinhas
na fase pré-escolar, o que explicaria um pouco o meu nível de saturação. Não
fico muito feliz quando o autor subestima minha capacidade de forma reiterada e
constante. Acho muito saudável que as crianças ali estimuladas a ler pelos
Baudelaire percebam a importância do dicionário. De fato, o intuito dos
verbetes explicativos não parece ter relação direta com a educação. Mais parece
um recurso estilístico pedante e desnecessário, ou somente chato mesmo.
O livro é bem
escrito, curto e de fácil leitura. O tom é sempre pessimista, puxa o leitor
para baixo e mantém ali. Apesar disso, ou por conta disso, não conseguiu
realmente me comover, nem angariou minha simpatia.
Quando um
incêndio deixa os irmãos Baudelaire órfãos e sem teto, eles sabem que a vida
começa a trilhar um novo caminho. O que aconteceu foi terrível, mas foi só o
começo de uma série interminável de infortúnios.
comprar o box e me dar de presente é um projeto para 2014... caso eu cumpra essa auto promessa tento fazer uma breve resenha em resposta a sua...rsrs mas pelo menos o presente serviu para fechar uma pendencia literária que se arrastava em sua vida... hahaha :p
ResponderExcluir\o/ Sim!!! Mate minhas curiosidades, me conte tudoooo!!!
ExcluirE valeu a tentativa, adorei essa parte! :D