Sinopse: Ela dormiu por mais de 60 anos.
Todos que conheceu estão mortos. Herdeira de um império... qualquer um pode ser
inimigo.
Qualificação: Bom!!
Resenha: Tomei um belo susto quando
percebi que se tratava de ficção científica e não fantasia, mas o importante
foi que gostei!!!
O livro foi
claramente inspirado no conto da Bela Adormecida, mas não se prende ao universo
mítico de contos de fadas, preferindo uma abordagem na linha da ficção científica,
incorporando elementos tecnológicos e um panorama futurístico. O resultado é um
trabalho surpreendente, que aborda preocupações contemporâneas e universais,
levando o leitor a algumas reflexões no mínimo interessantes.
Cativante e
bem elaborado, embora ofereça algumas situações bem previsíveis, o livro terminou
com alguns pontos em aberto, me deixando na dúvida se a autora pretende dar
continuidade. Apresenta vários personagens intrigantes, com potencial enorme,
mas poucos são realmente desenvolvidos. No fim, apenas estes poucos conseguem
despertar empatia.
Me tocou a
forma de abordagem, a preocupação em mostrar uma garota que desperta para um
mundo totalmente desconhecido, desprovida de todos aqueles que lhe foram
familiares. Os medos, as dores, as perdas, a confusão, tudo estava presente
dando maior credibilidade à estranha garota que dormiu demais.
O
reconhecimento do mundo em que despertou, bem como a compreensão do passado e das
mudanças ocorridas ao longo do tempo que ficou fora do ar, nos ajudam a montar o
quebra-cabeça e descobrir os terríveis segredos que cercam o estranho caso da
garota.
Rose Fitzroy
esteve dormindo profundamente por décadas. Imersa num sono induzido, esquecida
em um porão por mais de 60 anos. Tratada como desaparecida enquanto os anos
sombrios pairavam sobre o mundo, foi despertada como por encanto,
descobrindo-se herdeira de uma corporação multimilionária. Agora precisa
descobrir como sobreviver aos perigos do presente e às sombras do passado.
SPOILERS!!!
Um final bem
atual, em que a personagem descobre seu potencial e finalmente assume o
controle da própria vida. Gratificante também, pois Rose passa por uma grande
transformação, tendo sido educada toda a vida para ser obediente e não
questionar, além de ser reprimida e sofrer bullying
dos próprios pais!!
Foi um pouco
chocante e muito surreal a verdade sobre os pais de Rose e seus possíveis
irmãos. Muito tenso deparar com uma realidade de pais que simplesmente a
abandonaram para morrer dessa maneira, embora uma metáfora bem aplicada com a
realidade quando paramos para pensar.
Já era pedir
muito que ninguém tivesse notado o desaparecimento de Rose, ou seu
desenvolvimento totalmente atrasado de modo que a infância e adolescência tenham
se arrastado por um tempo enorme - especialmente levando em conta que seus pais
eram tão importantes e sua presença tinha destaque em eventos sociais da
localidade. Imagine então acreditar que o mesmo se deu com mais duas crianças
antes dela?!
Lidar com o presente
nos proporcionou um passeio por temas complexos, como mutações genéticas,
patentes, ética, desigualdades e preconceito. O drama de Otto e sua família foi
apresentado com muito cuidado e riqueza de informações, assim pudemos não
somente compreender, mas solidarizar com sua situação. Esperei que os outros
colegas também tivessem momentos curiosos para contribuir, mas todos eles
permaneceram afastados e desconhecidos.
Praticamente desde
o princípio shippei a Rosa Selvagem
com o Alienígena Azul. Não poderia ser diferente, afinal foram os dois
personagens mais consistentes do livro, cercados de sentimentos e dramas
compartilhados entre si e com o leitor. O relacionamento dos dois foi crescendo
de maneira tão cute, tão palpável!!
Bren sempre
aparecia como a sombra de seu avô. A fixação em descrever os olhos verdes da
família deixou tudo bastante óbvio. Desde o primeiro momento desconfiei de que
ali estivesse Xavier, portanto não foi nenhuma surpresa. No entanto, todo
passado construído em torno da presença de Xavier foi muito bom de acompanhar e
serviu para nos dar uma dimensão sobre o tipo de vida que Rose tivera até
despertar no presente.
Apesar de criar
um suspense em torno do Plastine, não foi realmente difícil perceber que se
tratava de um trabalho de seus próprios pais. Diria que o elemento mais
denunciador, por assim dizer, foi a poeira e o desuso acentuado por tanto tempo
quanto Rose ficara desaparecida. O segundo, o acesso irrestrito à sua casa.
Além disso, havia aquela diretriz primária desconhecida, levando a crer que
matar não era o objetivo principal. Ainda assim, foi bem bizarro saber dos
detalhes sórdidos.
A busca pelos
demais irmãos, bem como a indefinição no campo amoroso me deixaram na
expectativa de uma sequencia, mas não tenho maiores informações à respeito.
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