quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Elantris – Brandon Sanderson

Sinopse: Elantris já foi considerada a morada dos deuses, mas desde sua queda é motivo de vergonha para as cidades vizinhas e serve como exílio dos amaldiçoados. É para lá que segue o príncipe Raoden após despertar certa manhã, tocado pela maldição, deixando para trás sua noiva e seu reino à beira de uma guerra civil e religiosa.

Qualificação: Ótimo!!

Resenha: Começou devagar, mas foi evoluindo, envolvendo e contagiando! Nas últimas páginas já estava devorando tudo!

É impressionante como fui ficando empolgada, o quanto a trama cresce e acelera! Me peguei torcendo entusiasticamente! Gostei da mitologia, dos desdobramentos e fiquei gratamente surpresa com alguns acontecimentos.

Quando uma benção vira maldição é impossível não querer saber o que aconteceu. Assim, meu primeiro interesse foi realmente conhecer Elantris, seu passado, e decifrar os acontecimentos que determinaram a maldição.

O início já é intrigante e não demora para que sejamos cativados pelo príncipe. Confesso que estava impaciente em minha pressa de saber, criando teorias mirabolantes, tentando antecipar as coisas, mas reconheço que a construção é primorosa e nos entrega personagens fascinantes com um enredo igualmente encantador. Vale a pena seguir o fluxo e deixar que a trama ganhe consistência.

A narrativa acontece sob POVs (ponto de vista, como você já sabe) de três personagens fortes e marcantes. Cada trecho tem sua importância no desencadear dos fatos e muitos foram os momentos em que o suspense deixava com aquela vontade de pular um trecho e voltar para junto do mesmo personagem, especialmente no início.

O primeiro e principal personagem é Raoden, o príncipe amaldiçoado que passa a viver em Elantris. Através dele começamos a enxergar a decadência da cidade e seus moradores, bem como trilhar um caminho cheio de possibilidades, dúvidas e realizações. O segundo é Sarene, sua noiva-esposa, que chega a Arelon para o casamento e é introduzida na sociedade e política locais. Inteligente e decidida, ela vai nos conduzir pelo reino apontando todas as vertentes político-administrativas e lutando como pode para estabilizar o governo e proporcionar o bem estar social. O terceiro é Hrathen, um profeta religioso que deseja converter Arelon à religião Shu Dereth, consequentemente ao domínio fjordênico. O profeta fará tudo que tiver ao seu alcance para cumprir o chamado, converter o povo e evitar um massacre.

SPOILERS!!!

Os elantrinos representavam o ápice da arrogância humana: haviam se considerado deuses.”

Já estava que não me aguentava esperando Raoden resolver o enigma da queda de Elantris! Vibrei quando ele finalmente liberta o dôr e surtei quando ele recuperou a glória dos elantrinos. Fiquei particularmente feliz com o fato de que foi um fenômeno natural que precisava de ajuste e não alguma causa política diversa. Simplesmente combina demais com tudo que foi mostrado. Simples e perfeito!

De qualquer forma, todo o desenvolvimento no interior de Elantris foi muito bom de acompanhar!! A luta para melhorar as condições de vida, recuperar a sanidade dos moradores e encontrar formas de convivência foram excelentes. Tudo isso, aliado à visão negativa propagada por muitos que estavam de fora contribuíram bastante para despistar o raciocínio e apontar para uma causa moral na queda da cidade. Eu sempre queria mais e muitas vezes tive que respirar fundo para não pular os POVs de Sarene ou Hrathen.

Sarene é muito diva! Amei todas as artimanhas dela para atrapalhar os planos alheios! Sua pose frívola para enganar Iadon, a oposição sem causa definida no quesito Hrathen, a conquista das damas da corte e dos nobres da oposição. Ela fez um par perfeito com o príncipe! Muito shippavel!!!

Torci muito para Hrathen acabar mudando de lado e fiquei realmente radiante quando ele acaba tomando partido de Sarene. Não antecipei que Dilaf fosse fjordênico! Fiquei chocada sobre como ele acabou se mostrando tão monstruoso!

O livro teve sua cota de mortos. Que tristeza as mortes do Conde Roial e de Eondel! Um tanto surpreendente a de Iadon! Jurava que o rei estava de alguma forma contribuindo para a maldição, que deveria haver algum veneno sendo administrado, enfim, teorias conspiratórias bizarras e equivocadas. Muito macabro aquele plot dos sacrifícios! Não imaginei que as pobres serviçais estivessem levando este fim!


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