Sinopse: Elantris já foi considerada a
morada dos deuses, mas desde sua queda é motivo de vergonha para as cidades
vizinhas e serve como exílio dos amaldiçoados. É para lá que segue o príncipe
Raoden após despertar certa manhã, tocado pela maldição, deixando para trás sua
noiva e seu reino à beira de uma guerra civil e religiosa.
Qualificação: Ótimo!!
Resenha: Começou devagar, mas foi
evoluindo, envolvendo e contagiando! Nas últimas páginas já estava devorando
tudo!
É
impressionante como fui ficando empolgada, o quanto a trama cresce e acelera! Me
peguei torcendo entusiasticamente! Gostei da mitologia, dos desdobramentos e
fiquei gratamente surpresa com alguns acontecimentos.
Quando uma
benção vira maldição é impossível não querer saber o que aconteceu. Assim, meu
primeiro interesse foi realmente conhecer Elantris, seu passado, e decifrar os
acontecimentos que determinaram a maldição.
O início já é
intrigante e não demora para que sejamos cativados pelo príncipe. Confesso que
estava impaciente em minha pressa de saber, criando teorias mirabolantes,
tentando antecipar as coisas, mas reconheço que a construção é primorosa e nos
entrega personagens fascinantes com um enredo igualmente encantador. Vale a
pena seguir o fluxo e deixar que a trama ganhe consistência.
A narrativa
acontece sob POVs (ponto de vista, como você já sabe) de três personagens
fortes e marcantes. Cada trecho tem sua importância no desencadear dos fatos e
muitos foram os momentos em que o suspense deixava com aquela vontade de pular
um trecho e voltar para junto do mesmo personagem, especialmente no início.
O primeiro e
principal personagem é Raoden, o príncipe amaldiçoado que passa a viver em
Elantris. Através dele começamos a enxergar a decadência da cidade e seus
moradores, bem como trilhar um caminho cheio de possibilidades, dúvidas e
realizações. O segundo é Sarene, sua noiva-esposa, que chega a Arelon para o
casamento e é introduzida na sociedade e política locais. Inteligente e
decidida, ela vai nos conduzir pelo reino apontando todas as vertentes
político-administrativas e lutando como pode para estabilizar o governo e
proporcionar o bem estar social. O terceiro é Hrathen, um profeta religioso que
deseja converter Arelon à religião Shu Dereth, consequentemente ao domínio
fjordênico. O profeta fará tudo que tiver ao seu alcance para cumprir o
chamado, converter o povo e evitar um massacre.
SPOILERS!!!
“Os elantrinos
representavam o ápice da arrogância humana: haviam se considerado deuses.”
Já estava que
não me aguentava esperando Raoden resolver o enigma da queda de Elantris!
Vibrei quando ele finalmente liberta o dôr e surtei quando ele recuperou a
glória dos elantrinos. Fiquei particularmente feliz com o fato de que foi um
fenômeno natural que precisava de ajuste e não alguma causa política diversa.
Simplesmente combina demais com tudo que foi mostrado. Simples e perfeito!
De qualquer
forma, todo o desenvolvimento no interior de Elantris foi muito bom de
acompanhar!! A luta para melhorar as condições de vida, recuperar a sanidade
dos moradores e encontrar formas de convivência foram excelentes. Tudo isso,
aliado à visão negativa propagada por muitos que estavam de fora contribuíram bastante
para despistar o raciocínio e apontar para uma causa moral na queda da cidade.
Eu sempre queria mais e muitas vezes tive que respirar fundo para não pular os
POVs de Sarene ou Hrathen.
Sarene é muito
diva! Amei todas as artimanhas dela para atrapalhar os planos alheios! Sua pose
frívola para enganar Iadon, a oposição sem causa definida no quesito Hrathen, a
conquista das damas da corte e dos nobres da oposição. Ela fez um par perfeito
com o príncipe! Muito shippavel!!!
Torci muito
para Hrathen acabar mudando de lado e fiquei realmente radiante quando ele
acaba tomando partido de Sarene. Não antecipei que Dilaf fosse fjordênico!
Fiquei chocada sobre como ele acabou se mostrando tão monstruoso!
O livro teve
sua cota de mortos. Que tristeza as mortes do Conde Roial e de Eondel! Um tanto
surpreendente a de Iadon! Jurava que o rei estava de alguma forma contribuindo
para a maldição, que deveria haver algum veneno sendo administrado, enfim,
teorias conspiratórias bizarras e equivocadas. Muito macabro aquele plot dos sacrifícios! Não imaginei que
as pobres serviçais estivessem levando este fim!
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