Sinopse: “Enquanto Max acreditar em
mim, eu existo. Posso precisar da imaginação do Max para existir, mas tenho os
meus pensamentos, as minhas ideias e a minha vida, tudo isso separado dele.”
Qualificação: Ótimo!!
Resenha: Com um toque de fantasia e
muita sensibilidade o autor descortina um universo todo próprio de um garotinho
especial.
O livro foi me
ganhando aos poucos. O primeiro elemento foi a curiosidade. O que esperar de um
amigo imaginário? As possibilidades tendem ao infinito!! Então embarquei na
onda do narrador e me permiti admitir o formato proposto, com todas suas
nuances. Não me arrependi, pois a proposta não somente é bem cuidada, como
possui uma lógica própria e convincente. E se no fim não for exatamente assim,
o importante é que a mensagem foi muito bem transmitida.
Bem escrito, o
livro é muito tranquilo de acompanhar. E se o aspecto inicial da narrativa pode
parecer bem simplório, ao longo da obra você percebe quanta habilidade foi
empreendida na construção da trama para que todas as coisas complexas fossem
tratadas de forma tão simples e casual.
Quanta coisa
passa pela mente de uma criança vista como estranha e introspectiva? Seus
comportamentos de aspecto absurdos podem esconder algum tipo de justificativa
racional e lógica?
Fui cativada
pelo garotinho e sofri junto com ele. A preocupação e empenho de seu amigo
imaginário também tem uma parcela de contribuição. Amei, sobretudo, a
capacidade do autor em transmitir a impotência, a inocência e o desamparo de
uma criança.
Acompanhar Max
não é uma tarefa simples. Toda sua perspectiva de mundo possui uma construção
própria que ignora sutilezas e trato social. Incapaz de desempenhar o papel que
se espera dele, Max precisa de um amigo que lhe compreenda e exerça o papel de
mediador entre ele mesmo e o mundo que o cerca.
Budo surge com
este propósito. Embora seja leal e dedicado, sua compreensão de mundo também é
limitada pelas experiências e habilidades de seu criador. Uma vez criado, ele
vai explorar o mundo e facilitar a vida de Max no que for possível, embora cada
dia se depare com um conflito de interesses que envolve sua própria existência.
SPOILERS!!!
OMG!!! Não vou
me ater muito nesta parte, mas não poderia deixar de fora alguns comentários.
Budo me fez
até simpatizar com os amigos imaginários e sua causa, mas foi realmente
confortador que ele tenha ido embora sabendo que cumpriu sua missão e que Max
estava superando as maiores dificuldades. Embora ele seja o personagem
principal e toda construção no seu entorno sejam excelentes, sinto que Max foi
quem realmente me marcou e fez temer pelo desenrolar dos acontecimentos.
Que tensa
aquela fuga! Max deu um show no uso da estratégia e eu quase surto quando ele foi
agarrado já na porta de casa! Ainda bem que foi um final feliz porque eu já
estava aqui pronta para desabar em lágrimas.
As
dificuldades de percepção de Max me causavam uma angústia enorme!!! Tipo quando
você está na água tentando fazer um movimento rápido, mas tem toda aquela
camada contra você dificultando a ação!
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