segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Serie Austenland 01 – Austenland – Shannon Hale

Sinopse: Jane Hayes tem 33 anos e vive em Nova York. Bonita, inteligente e com um bom emprego, ela guarda um segredo constrangedor: é verdadeiramente obcecada por Mr. Darcy. Embora tenha desistido de sua vida amorosa e aceitado viver solitária vendo Colin Firth em seu DVD, ela vai descobrir que sua tia-avó Carolyn não só conhece suas intenções como pretende livrá-la da obsessão ao fazê-la passar por uma experiência legítima como dama do início do século XX num lugar chamado Austenlândia.

Qualificação: Mediano.

Resenha: Esperava mais...

Peguei o livro querendo gostar muito dele. Me identifiquei um pouco com a personagem logo de início e busquei fazer uma deliciosa imersão, ter uma agradável experiência. Entretanto terminei com a sensação de incompletude e insatisfação.

Minha experiência com romances de época não chega ao nível obsessivo da personagem, mas tenho um carinho especial pelo gênero. Nesse tipo de literatura levamos em conta todo um contexto histórico para aceitar determinadas atitudes e situações. Austenlândia é um lugar fora de seu tempo, com pessoas que vivem outro contexto histórico e trazem suas experiências contemporâneas transformando o exercício de imersão num grande teatro.

Não me entenda mal. Uma peça pode ser boa ou ruim, como qualquer outra arte. Se fosse classificar esta aqui, diria que o idealizador se vendeu, colocou as necessidades financeiras em primeiro lugar e entregou um produto adulterado.

A fusão entre o presente e o passado foi tão realisticamente construída, que transformou a experiência toda numa coisa vulgar. Não tiro o mérito na construção, não é preciso trazer novos argumentos para demonstrar que as coisas poderiam acontecer exatamente daquela maneira, mas eu não gostei do tratamento e me reservo também este direito.

Teve constatações muito válidas e momentos que variavam entre divertidos e reflexivos. Fiquei na dúvida sobre o objetivo da autora, se desejava causar desilusão ou reforçar o romantismo.

SPOILERS!!!

“Descubra o que é real para você.”

Um prostíbulo de luxo. É possível não ficar desapontado com Austenlândia?

Desculpe, meu romantismo deve ser próximo demais da personagem para que eu aceite isso bem (embora acredite que gostar de Jane Austen é pré-requisito para se interessar por este livro). Além disso, um certo passeio pelo universo cosplay e rpg me permite afirmar que um trabalho de imersão divertido e interessante não precisa envolver sexo. Assim, ouso afirmar que a escolha de abordagem feita pela autora não foi feliz.

É fácil gostar de Jane, sentir simpatia por sua obsessão e solidariedade com suas desilusões, mesmo sabendo que está exagerando nas atitudes. Senti cumplicidade no desejo de manter o conforto do mundo moderno e compartilhei a ansiedade frente à necessidade de atuar, com receio de fazer algo ridículo, ainda que todos ao redor também estivessem atuando.

A melhor coisa do livro foi acompanhar suas transformações. A moça insegura decide tentar de verdade e ganha confiança. Cresce ao ponto em que consegue se desvincular do ideal quando algo que considera real está em jogo. Por isso mesmo, é muito decepcionante quando sua escolha também revela uma grotesca mentira. E a perda dessa conquista enquanto indivíduo torna um tanto amargo o doce final com Henry.

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