Sinopse: Sete
meses desde a criação do LGAR. O Conselho começa a trabalhar para a manutenção
da ordem, enquanto Zil continua se fortalecendo com a criação do caos. No
entanto, coisas estranhas, para não dizer assustadoras, começam a acontecer.
Ouve-se falar em mortos caminhando pelas ruas e visões de um futuro libertador,
mas em meio a tantos boatos, já não é fácil saber em quem confiar.
Qualificação: Excelente!!
Resenha: Continua
surpreendente, dinâmica e totalmente ensandecida!
Esta série é de deixar a gente sem
fôlego! Tudo está sempre no limite, testando nossa força, esperança e
resistência. Os personagens seguem cada vez mais complexos, intensos e
contraditórios. As conexões continuam sendo feitas e novos elementos vão se
integrando aos antigos proporcionando uma experiência e tanto!
Sempre tivemos muitas cabeças
pensando e construindo os pilares do LGAR, mas todas as decisões acabavam sobre
os ombros de Sam, até que ele surtou. Este volume vem tentar desconstruir um
pouco isso e mostrar como é difícil e muitas vezes pouco produtivo lidar com a
prática da democracia. Exasperante, frustrante, mas necessária.
O Conselho foi criado para dividir o
peso das responsabilidades de Sam. No entanto, logo de início percebemos como a
experiência está mal das pernas, visto que o próprio Sam reluta em dividir
alguns assuntos com os demais membros. Cada um pensa de uma maneira e segue
atento aos próprios interesses, e não demora a percebemos que mesmo quando
agindo em maioria, nem sempre estão preparados para arbitrar sobre os diversos
assuntos que se fazem necessários.
Infelizmente, podemos correlacionar
muito da experiência vivida no Conselho com a maneira com que a política é
normalmente conduzida em quase toda parte. Pessoas que não estão preparadas,
que não conhecem os problemas de perto e que não têm a menor pretensão de
realizar aquilo que propõem são aquelas que estão à frente de tudo, teorizando
e decidindo o destino das pessoas.
Enquanto isso, Caine chega ao fundo
do poço e aposta as últimas fichas na busca de uma espécie de oásis que nem
mesmo tem certeza de existir.
SPOILERS!!!
O que foi aquele flash em que a
redoma sumiu? Quando Orsey começa com seu discurso de Profetiza, fiquei
totalmente desconfiada, mas quando mostra o lado de fora na versão da
Enfermeira Temple minha certeza foi seriamente abalada. Ainda que Orsey
estivesse manipulando, aquele capítulo não ficou restrito àquilo que os sonhos
lhe mostrariam e já não pude tecer os limites entre a verdade e a fantasia.
Assim, quando ao final a redoma some por um breve instante, revelando o outro
lado tal qual se imaginava, levei um belo susto!
Desde o volume passado estava me perguntando
se haveria alguma possibilidade de retomar a conexão com o mundo exterior e, de
certa forma havia desistido, me acomodado ao pensamento de que aquilo tudo era
definitivo. Agora a dúvida retorna com mais fervor do que antes, não somente
sobre o futuro, mas sobre as possíveis reviravoltas nos significados de coisas
que considerava certas.
O “puf” servindo de portal para o
mundo exterior havia deixado de ser uma opção com a descoberta do monstro à
espreita, mas agora a dúvida retorna e as certezas caem por terra. E se esta
for a única forma de sair, aqueles que permaneceram após a passagem dos 15 anos
continuariam presos? Mesmo nesse novo contexto não enxergo a morte como um
portal de saída, mas quem sabe? Tudo é possível.
Parte do atrativo sobre a presença
dos pais no outro lado está no desejo de acreditar que nada daquilo é o fim,
que todos aqueles horrores e mortes podem ser revertidos ao final. Houve um
momento em que até cogitei se os adultos não haviam servido de alimento para
Escuridão, mas já não tenho qualquer convicção. Depois, havia ficado com a idéia
de que o monstro se alimentava de energia radioativa, mas não sei se fica
somente neste patamar. A violência, a sede de sangue também está presente nos
planos do gaiáfago e eu bem gostaria de entender qual o significado real disso.
De alguma maneira a morte dos humanos o alimenta ou favorece?
Nerezza foi a parte mais óbvia em
todo o intrincado jogo de manipulação, isso porque ninguém a conhecia de antes.
Todos aqueles que estão por ali e começam a se destacar em determinado ponto,
possuem uma conexão, um passado, alguma coisa contada que a transforma em parte
de tudo, mas com Nerezza não foi assim. Tive certeza quando é dito que seus
olhos verdes pareciam ter uma luz própria no escuro.
Maria se foi. A personagem mais altruísta acabou sucumbindo aos graves problemas que enfrentava, deixando atrás de si uma fama negativa e irreparável. A situação com os pequenos deve ficar ainda mais caótica a menos que uma nova revelação se apresente.
É muito fácil se identificar com a
insatisfação de Sam frente à maneira com que o assunto Zil é tratado. Sem poder
para agir, ele vê os atos de vandalismo do garoto aumentarem, causando estragos
cada vez mais irreversíveis. Quando o incêndio acontece, até Astrid se convence
de que demorou a tomar providências e finalmente decide fazer algo a respeito.
Se leis precisavam ser criadas, e esta era uma coisa que ela estava melhor qualificada
a fazer, não havia tempo a perder com discussões inúteis. Prova inequívoca
disso é que quando finalmente resolveu fazer foi que obteve o apoio e respeito
dos demais.
Cabeças diferentes pensam de maneiras
diferentes e foi justamente Quinn quem expressou da maneira mais simples o que
precisava ser feito: um verdadeiro trabalho em equipe. Não se tratava de saber
quem tinha mais força, poder ou talento, mas perceber que cada um deles poderia
e deveria contribuir no todo, mas principalmente no aspecto para o qual estava
mais preparado.
Caine e Diana já estavam apelando pro
canibalismo antes de perder o orgulho. Bem, não ela, que é favorável a se
submeter ao governo da Prainha, mas ele é irredutível. No começo achei um
absurdo a existência de uma ilha nas redondezas, especialmente considerando o
quanto Sam e sua turma já haviam explorado da parte marítima. Além disso, um lugar
tão glamoroso e cotado para mega eventos de celebridades certamente seria do
conhecimento do pessoal da pequena cidade. Enfim, deixei para lá esses aspectos
e aproveitei a experiência, a existência dos pequenos órfãos e a saída encontrada
para subsistência de Caine.
Posso estar enganada, mas tenho a
impressão de que estamos caminhando para o surto epidêmico de alguma séria
enfermidade. A doença esteve pontuando este volume de forma mais leve, com as
pessoas passando por elas e sobrevivendo, mas isso ainda pode vir a causar
muitos estragos entre crianças normalmente mais susceptíveis, ainda mais
estando desnutridas.
Ps: Pobre Britt!! Além de virar Zumbi, ainda teve o desprazer de dividir o calvário com Drake!
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