Sinopse: Julieta retorna mais uma vez
em defesa do amor, dessa vez no corpo de Ariel. Sua luta contra Romeu já dura
séculos, mas ela sente que desta vez alguma coisa está diferente.
Qualificação: Regular
Resenha: É tão grande a ousadia de
questionar o amor entre Romeu e Julieta que seria necessária uma história
fantástica para fazer valer a pena, o que passou longe de acontecer.
“A maior história de amor de todos os tempos
é uma farsa.”
A história
poderia ter sido construída sem a referência a Sheakspeare, mas a sensação que
tenho é de uma grande revolta pessoal da autora pelo trágico desfecho do famoso
romance ou uma visão extremamente prática da vida (ou ambos). Seria uma
tentativa de final feliz expondo toda fragilidade do romance adolescente e
deturpando todo sentimento outrora puro? Essa tônica não me agradou.
Estamos diante
de uma luta entre Embaixadores da Luz e Mercenários do Apocalipse. Tudo gira em
torno do amor, e enquanto um lado deseja proteger as pessoas identificadas como
almas gêmeas, o outro quer se aproveitar deste conhecimento pra causar dor e
tragédias passionais. Romeu e Julieta seguem pelos séculos em lados opostos se
enfrentando constantemente, embora ela conheça muito pouco sobre tudo que está fazendo.
Julieta luta
em favor dos amantes, mas seu coração está carregado de mágoa e amargura. Foi
impossível estabelecer a conexão com a doce e inocente Capuletto, uma vez que
esta Julieta não consegue enxergar a verdade em Romeu ou em si mesma e nega até
a existência do amor entre eles com todas as suas forças a ponto de se
interessar por outro.
Convenhamos, minimizar
o amor entre Romeu e Julieta já é um ultraje, que dizer então de Julieta se
apaixonar por outro? Um verdadeiro sacrilégio!! A beleza no romance do casal
está justamente no enfrentamento das muitas barreiras de uma época que ficou
perdida no tempo e não merece ser tratado com descaso.
No começo
quase larguei o livro algumas vezes. Senti como se houvesse uma violação nessa
história, não acho que alguém possa simplesmente se apropriar da obra alheia e usar
a seu bel prazer sem qualquer respeito às intenções do autor que criou e deu
vida aos personagens. O livro não se limita a continuar, mas desconstrói o que
já havia sido escrito e reescreve o final. Para fazer algo assim, ela precisava
ser uma história de amor muito mais convincente.
O melhor personagem
na história é justamente o cruel Romeu. Ele é mais coerente e consistente em
suas motivações, tristezas e atitudes. Ele parece ter vivido um grande amor com
Julieta, pelo qual tudo fez, tudo sofreu e continuou sofrendo, mesmo quando
equivocado.
Lembrei tanto do final de “Lost”!!
Almas atormentadas se preparando antes de poder seguir em frente, para o que
quer que isso signifique, e fiquei tão frustrada com uma, quanto com a outra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário