quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O Inverno das Fadas – Carolina Munhoz


Sinopse: Sophia é uma Leanan Sídhe, uma fada-amante, considerada musa para humanos talentosos. Ela é capaz de seduzir e inspirar uma pessoa a escrever um best-seller ou criar uma canção para se tornar um hit mundial, mas cobra um pequeno preço no processo...

Qualificação: Bom.

Resenha: Na maior parte do tempo achei boring, mas tem bons momentos também!!! Demorei muito mais do que esperava na leitura deste livro, pois de alguma maneira ele impõe uma marcha lenta e arrastada que foi difícil de manter (com destaque para os instantes de quase cochilo involuntário).

“É tão estranho, os bons morrem jovens
Assim parece ser, quando me lembro de você
Que acabou indo embora, cedo demais.”
Love in the Afternoon - Legião Urbana

Quantos jovens talentos passam pela terra feito cometas, brilhando ao extremo e sumindo rapidamente? Em meio a esse tipo de questionamentos surge o mito da Leanan Sídhe, uma fada que se alimenta da alma daqueles com talentos extraordinários, antes imortalizando-os em sua expressão artística.

Minha primeira decepção foi constatar que Sophia não era uma Leanan autêntica. A personagem sempre foi estranha e cheia de “mimimi” a cerca de sua natureza, o que não me permitiu usufruir da personalidade sexy e voluntariosa comum a esse tipo de fada, nem me entusiasmar com seu drama e descobertas ao longo do caminho. Ao invés de redenção foi meio como se ela nunca tivesse merecido nada de ruim (tédio traduz?).

É basicamente uma história de amor, daqueles melosos e chatos de acompanhar (isso está sendo dito por alguém que já consumiu inúmeros volumes de romance barato do tipo “Júlia” e “Sabrina”, portanto AMA romances bobos e previsíveis, tenha isso em mente!). Diria até que se trata mais de um drama do que um romance.

A narrativa, embora assuma o ponto de vista dos personagens, é muito fria e impessoal. O poder de sedução, o frio na barriga (único lugar que se fazia necessário) não me foram transmitidos, nem mesmo nas cenas mais “tórridas” vividas pelo casal. Apesar disso, é bem escrito, desenvolve a história com coerência e originalidade, além de trazer inúmeras referências que enriquecem toda a obra.

Algumas coisas usadas na composição do livro atraíram mais a minha atenção do que a história propriamente dita, uma delas foi a trilha sonora sugerida. É um detalhe à parte, não somente por se relacionar perfeitamente com os acontecimentos, mas por dar o clima adequado a cada capítulo. A trilha completa o livro e eu sugiro fortemente que a use para manter o interesse e foco na leitura. Se tiver dificuldade de ouvir a música enquanto lê, dê uma pausa ao final de cada capítulo e busque as músicas de referência (caso não as conheça, lógico!). Fazer isso dá uma mexida interessante nos sentidos.

Outro ponto positivo e divertido foi identificar os artistas que a autora usa como referência para os diversos amantes que passaram pela vida de Sophia. No começo achei que estava imaginando coisas. Depois me entreguei à brincadeira e comecei a dar palpites, embora alguns sejam impossíveis de errar.

SPOILERS!!

A parte que mais gostei foi o Sonhar, quando William vai ao resgate de Sophia, porque mostrou algo inesperado e tirou o rapaz da posição de coitado conformado e indefeso, construída ao longo de todo o texto. A partir daí a coisa toda ganhou muitos pontos comigo, porque no final das contas a força e a solução acabaram vindo dele, o mortal “inútil”, quando se esperava que fosse da parte dela.

PS: Na minha caçada aos famosos, relacionei pelo menos Jonathan James (o hacker), Michael Jackson, Heath Ledger e Brandon Lee. Lembraram de mais alguém ai??

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