quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Raven – Alisson Van Diepen


Sinopse: A paixão de Zin pela dança cativou Nicole desde o início. Tudo que ela deseja é estar com ele, mas ele guarda um antigo segredo que pode virar seu mundo de ponta cabeça.

Qualificação: Regular.

Resenha: No começo achei que estava se desenhando uma grande porcaria que eu iria odiar, mas não é que fiquei curiosa e ele acabou melhorando?

Senti um estranhamento total!! Não entendo nada de street dance e minha mente parecia uma tela em branco quando eles começavam a dançar. A dança não era descrita em movimentos de corpo, mas como uma sequencia de nomes esquisitos, que devem ser familiares a quem conhece o assunto (corre pro rodapé!!), naquela linguagem própria a tribos, como skatistas ou surfistas. Cada vez que eu parava para tentar entender um movimento, perdia o ritmo, até que desisti e fui passando por cima. Além disso, o grupo de personagens tem fortes traços imigrantes, compondo uma miscelânea também pouco comum às minhas leituras.

A narrativa segue pobre, direta, com frases curtas, muitos diálogos e forma simplista, portanto não é minha favorita (sim, sempre menciono isso quando acontece). Não prima pela descrição intuitiva, não emite um olhar poético, nem contemplativo, apenas diz o que quer dizer.

Não estava familiarizada também com essa mitologia, ponto que mais despertou o meu interesse e sustentou o livro evitando um desastre fenomenal. Proporciona alguns questionamentos sobre a existência de alma e chama atenção para o fato de que existe todo um universo desconhecido entre os mitos e fábulas do oriente (se daqui ainda encontro novidade, imagina de lá?!).

Nicole é uma garota marrenta, que faz parte de um grupo de dança de rua, estuda e trabalha como garçonete. Seus melhores amigos são os garotos do grupo, com quem passa boa parte do tempo treinando e falando sobre competições. Sua paixão pela dança também faz com que se apaixone por um cara extremamente misterioso, que é o líder do grupo. Ela ainda precisa administrar a relação com a família em conflito por causa do seu irmão, que é viciado em drogas.

SPOILERS!!!

Não sei o que pensar sobre esse final. Havia mesmo uma chance ali, ou no fim ele acabou morrendo? O livro vai ter continuação? Tem toda pinta, com a divisão do grupo e tudo o mais. Ainda não descobri, mas também não chega a estressar.

Tive a sensação de que o livro estava num certo ritmo e começou a acelerar no final vomitando uma porção de informações novas e decisivas. Foi como se estivesse focado no romance até a história chegar num ponto em que a mitologia precisava de elementos para poder prosseguir. Uma pena porque a mitologia poderia ter caminhado mais em paralelo, contribuindo muito com o desenvolvimento da trama geral.

Um buraco na alma. Essa expressão é muito usada para tentar explicar sentimentos profundos e insondáveis de vazio. O livro torna literal algo figurativo e constrói uma relação de causa e efeito entre as duas formas. Gostei da abordagem, da idéia apresentada e as implicações sugeridas, mas teria apreciado mais se a narrativa fosse melhor trabalhada.

Fica um tantinho asqueroso o romance quando colocado nos devidos termos, né não? Que tal namorar com um cadáver ressuscitado sugador de alma?!

Por fim, fica a pergunta de um milhão de dólares para nossa reflexão:

“Qual a alternativa para alma danificada?”

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