quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Perfect You – Elizabeth Scott


Sinopse: A vida de Kate Brown tem decaído rapidamente. Depois de perder a melhor amiga e ter que trabalhar num stand de vitaminas de seu pai, no shopping, ela ainda começa a se interessar pelo garoto mais inatingível possível. A dor e o medo fazem com que comece a esperar sempre o pior de tudo, mesmo quando coisas boas começam a acontecer.

Qualificação: Ótimo!

Resenha: Quando é que deixamos de acreditar numa vida perfeita? Teriam as desilusões o papel de manter nossos pés atrelados à realidade? Tem livros que passam sua mensagem de forma tão simples que só nos damos conta da profundidade ao terminar e refletir.

Costumamos pensar na infância como uma fase boa e despreocupada da vida. Rimos dos sonhos sobre as profissões que almejávamos, os comentários inocentes que fazíamos, a maneira como tudo era simples e fácil. Talvez quem tenha vivido um trauma possa pensar diferente, mas os traumas costumam acontecer a partir da adolescência

Kate vivia de maneira simples e feliz, então tudo que desejava era manter as coisas desta maneira. Mas as pessoas tem seus próprios planos e caminhos a trilhar e, se nossos sonhos dependerem de alguém, fatalmente nos desapontaremos.

O mundo de Kate dá uma virada radical. Sente falta da melhor amiga, que mudou e se afastou. Ela quer poder preservar a mesma amizade, desconsiderando as mudanças. Acho que todo mundo já tentou segurar na unha uma amizade que foi boa, mas deixou de ser. É triste e meio chocante na primeira vez, mas depois a gente tenta não esperar demais e as amizades acabam ficando mais superficiais.

Os pais de Kate têm um relacionamento que está ficando mais comum do que seria de se esperar, onde homens egoístas se recusam a crescer e assumir responsabilidades e mulheres carentes e determinadas sustentam e gerenciam a casa. Foi interessante observar sob o ponto de vista da filha e ver que, por trás de uma atitude indiferente, ela estava atenta aos sorrisos falsos e atitudes infantis do pai, bem como à maneira equivocada de sua mãe ao lidar com os problemas, ou ainda à presença despreocupada e “encostada” do irmão.

A idade também é propicia aos relacionamentos amorosos e, por mais que ela tente se preservar acaba envolvida. É um terreno bem arenoso, difícil de pisar, em que nem sempre se fala o que quer e nem sempre se ouve o que é preciso. Mesmo quando se beija alguém, o significado pode variar tanto que ninguém tem mais certeza de nada.

E este é o nosso mundo. Triste, mas verdade.

A vida segue entre surpresas e decepções, mas somos nós que escolhemos a forma de lidar com elas. Nós decidimos pelo que vale a pena viver.


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