Sinopse: A vida de Kate Brown tem
decaído rapidamente. Depois de perder a melhor amiga e ter que trabalhar num
stand de vitaminas de seu pai, no shopping, ela ainda começa a se interessar
pelo garoto mais inatingível possível. A dor e o medo fazem com que comece a
esperar sempre o pior de tudo, mesmo quando coisas boas começam a acontecer.
Qualificação: Ótimo!
Resenha: Quando é que deixamos de
acreditar numa vida perfeita? Teriam as desilusões o papel de manter nossos pés
atrelados à realidade? Tem livros que passam sua mensagem de forma tão simples
que só nos damos conta da profundidade ao terminar e refletir.
Costumamos
pensar na infância como uma fase boa e despreocupada da vida. Rimos dos sonhos sobre
as profissões que almejávamos, os comentários inocentes que fazíamos, a maneira
como tudo era simples e fácil. Talvez quem tenha vivido um trauma possa pensar
diferente, mas os traumas costumam acontecer a partir da adolescência
Kate vivia de
maneira simples e feliz, então tudo que desejava era manter as coisas desta
maneira. Mas as pessoas tem seus próprios planos e caminhos a trilhar e, se
nossos sonhos dependerem de alguém, fatalmente nos desapontaremos.
O mundo de
Kate dá uma virada radical. Sente falta da melhor amiga, que mudou e se afastou.
Ela quer poder preservar a mesma amizade, desconsiderando as mudanças. Acho que
todo mundo já tentou segurar na unha uma amizade que foi boa, mas deixou de
ser. É triste e meio chocante na primeira vez, mas depois a gente tenta não
esperar demais e as amizades acabam ficando mais superficiais.
Os pais de
Kate têm um relacionamento que está ficando mais comum do que seria de se
esperar, onde homens egoístas se recusam a crescer e assumir responsabilidades
e mulheres carentes e determinadas sustentam e gerenciam a casa. Foi
interessante observar sob o ponto de vista da filha e ver que, por trás de uma
atitude indiferente, ela estava atenta aos sorrisos falsos e atitudes infantis do
pai, bem como à maneira equivocada de sua mãe ao lidar com os problemas, ou
ainda à presença despreocupada e “encostada” do irmão.
A idade também
é propicia aos relacionamentos amorosos e, por mais que ela tente se preservar
acaba envolvida. É um terreno bem arenoso, difícil de pisar, em que nem sempre
se fala o que quer e nem sempre se ouve o que é preciso. Mesmo quando se beija
alguém, o significado pode variar tanto que ninguém tem mais certeza de nada.
E este é o
nosso mundo. Triste, mas verdade.
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