Sinopse: Amy está enjoada de seus pais
e de todas as pessoas perguntando por Julia. Eles não entenderiam como é ter sua melhor amiga tirada de
você e menos ainda o que se sente ao saber que isso é sua culpa. Incentivada a
escrever um diário, Amy resolve escrever cartas para Júlia e começa a juntar os
fragmentos de si mesma.
Qualificação: Excelente!!!!!!!
Resenha: Que livro surpreendente! Praticamente
devorei as páginas. Não estava muito certa sobre o que esperar, apenas
procurava um livro completo em si mesmo e, apesar de fugir um pouco dos meus
gêneros favoritos, foi uma experiência que me abalou emocionalmente.
Amei a narrativa,
que se aproxima da proposta de “Precisamos
falar sobre o Kevin”, visitando um acontecimento marcante do passado e
entendendo o presente através de cartas a alguém que já morreu. No entanto,
desta vez, ao invés da mãe, a adolescente assume a construção da história de
forma extremamente comovente, íntima e realista, daquele jeito que as pessoas
assumem quando sabem que ninguém está olhando ou julgando.
Amy está
perdida, confusa, profundamente infeliz, e suas atitudes refletem essa carga
emocional, por vezes com atitudes irracionais que nem ela mesma compreende. A
vida já não tem sentido e cada dia é contado em função da perda e culpa que a
consome. A autora consegue transmitir tudo isso com muita eficiência, nos
fazendo sentir variadas emoções junto com ela ou por ela.
A relação de
Amy com os pais é muito difícil. Aparentemente possui tudo que precisa para ser
feliz, mas existe aí um forte sentimento de rejeição que foi alimentado durante
toda sua vida e a impede de amar e ser completa. Seus pais estão totalmente
perdidos e seus esforços são vistos como incômodos e enjoativos.
O passado
também não foi perfeito e Amy viveu fugindo da realidade que não suportava. Ela
não entende e tem pavor do amor. Foi muito estonteante acompanhar a narrativa
do seu ponto de vista, entender suas motivações para as bebedeiras, o sexo sem
compromisso, o desrespeito às autoridades e desafio aos pais.
Agora só resta
o futuro, mas Amy não tem perspectivas e vai precisar descobrir como superar a
tragédia antes de poder decidir o que fazer com sua vida.
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