quarta-feira, 11 de julho de 2012

Love you. Hate you. Miss You – Elizabeth Scott


Sinopse: Amy está enjoada de seus pais e de todas as pessoas perguntando por Julia. Eles não entenderiam como é ter sua melhor amiga tirada de você e menos ainda o que se sente ao saber que isso é sua culpa. Incentivada a escrever um diário, Amy resolve escrever cartas para Júlia e começa a juntar os fragmentos de si mesma.

Qualificação: Excelente!!!!!!!

Resenha: Que livro surpreendente! Praticamente devorei as páginas. Não estava muito certa sobre o que esperar, apenas procurava um livro completo em si mesmo e, apesar de fugir um pouco dos meus gêneros favoritos, foi uma experiência que me abalou emocionalmente.

Amei a narrativa, que se aproxima da proposta de “Precisamos falar sobre o Kevin”, visitando um acontecimento marcante do passado e entendendo o presente através de cartas a alguém que já morreu. No entanto, desta vez, ao invés da mãe, a adolescente assume a construção da história de forma extremamente comovente, íntima e realista, daquele jeito que as pessoas assumem quando sabem que ninguém está olhando ou julgando.

Amy está perdida, confusa, profundamente infeliz, e suas atitudes refletem essa carga emocional, por vezes com atitudes irracionais que nem ela mesma compreende. A vida já não tem sentido e cada dia é contado em função da perda e culpa que a consome. A autora consegue transmitir tudo isso com muita eficiência, nos fazendo sentir variadas emoções junto com ela ou por ela.

A relação de Amy com os pais é muito difícil. Aparentemente possui tudo que precisa para ser feliz, mas existe aí um forte sentimento de rejeição que foi alimentado durante toda sua vida e a impede de amar e ser completa. Seus pais estão totalmente perdidos e seus esforços são vistos como incômodos e enjoativos.

O passado também não foi perfeito e Amy viveu fugindo da realidade que não suportava. Ela não entende e tem pavor do amor. Foi muito estonteante acompanhar a narrativa do seu ponto de vista, entender suas motivações para as bebedeiras, o sexo sem compromisso, o desrespeito às autoridades e desafio aos pais.

Agora só resta o futuro, mas Amy não tem perspectivas e vai precisar descobrir como superar a tragédia antes de poder decidir o que fazer com sua vida.

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