Sinopse: Katniss sobreviveu
novamente e agora corre mais perigo do que nunca, juntamente com todos que ama!
A rebelião eclodiu nos Distritos e ela se vê no centro de tudo, protagonizando
um reality-show definitivo que deve decidir o futuro da nação.
Qualidade: Brutalmente excelente!
Resenha: Fortes emoções nos foram reservadas para este volume e
quem espera que tudo corra bem em todo o tempo, ainda não entendeu a
brutalidade e o terror desta realidade futurista. Fiquei triste, assustada e
inconformada com muitas situações, mas não tiro o mérito da narrativa que é
mesmo impressionante.
Neste terceiro volume, Katniss precisa
decidir se assume o papel de líder da rebelião que eclodiu por toda parte tendo
como símbolo o Mockingjay que ela usava durante os jogos. Os volumes anteriores
foram complicados de acompanhar, mas este foi aquele que mais me fez sofrer e
sentir desconfortável, inconformada e infeliz. É uma guerra e a autora não nos
poupa.
Depois de viver o horror por duas
vezes, Kat está enlouquecendo. Totalmente inconsciente do papel que representa
para a rebelião dos Distritos, Kat precisa primeiro descobrir a si mesma e
começa tentando retornar às origens, mas o Distrito 12 já não existe, foi
totalmente dizimado por causa da rebelião. E se a culpa, os pesadelos e
sequelas físicas já são ruins, Kat começa a sofrer por Peeta, que está preso e
sofre torturas constantes. E é então que ela fica realmente paralisada. Dá pra
entender como a coisa está ruim??
Temos a oportunidade de conhecer
Gale e devo dizer que ele é muito parecido com a Kat. Ele foi endurecido pelas
dificuldades da vida, é forte, determinado e por vezes radical em seus pensamentos.
Por tudo isso, não pude torcer por eles como casal em nenhum momento. Por outro
lado, nos deparamos com um novo Peeta e devo dizer que foi tudo muito estranho.
Me senti impotente e abatida com isso, sofri e torci por ele como nunca.
Por fim, o embate político teve
em mim um efeito que segue longe da esperança proposta. Me senti entre o ruim e
o péssimo, sem uma opção realmente válida para dedicar as vidas, as lutas, o
sofrimento. Realista até demais, a autora transmite certa falta de fé no ser
humano e não tem título que me faça pensar o contrário.
SPOILERS!!!!
Embora possa considerar que houve
um final feliz, é fato também que tivemos consequências terríveis, como a morte
de personagens queridos e as sequelas dos combatentes. Fiquei especialmente
espantada e arrasada com o horror vivido por Peeta. Toda dor, no entanto,
tornou mais realista o conceito de guerra e esse mérito não posso negar, afinal
no mundo real as estratégias nem sempre
dão certo; algumas mortes acontecem mesmo
de forma mais estúpida que outras e; sempre existem intenções não reveladas no
jogo de poder.
Me senti frustrada e aborrecida com
a missão de Katniss no Capitol. Pareceu que tudo girou em torno de um capricho
da Kat, deixando a sensação de que foi em
vão. Serviu para mostrar a tomada do Capitol e, acredito, nos fazer
perceber o alto custo da rebelião, na qual anônimos morriam por toda parte.
O Distrito 13 surge como uma
grande esperança de salvação, mas também vem carregado de conceitos
contraditórios. O desejo por liberdade resvala numa rígida disciplina e forte controle
profundamente arraigado naquela sociedade e que foi fruto da necessidade de
sobrevivência. A visão de liberdade dos outros é tão diferenciada que somos
levados a questionar o tipo de governo que aquele povo quer oferecer.
PS: Absurdo total foi a Kat apoiar a criação de novos
jogos como forma de “justiça” contra as pessoas do Capitol. Para mim foi o
cúmulo da falta de bom senso, até um exagero por parte da autora. Por mais que
a Kat fosse meio instável, acredito que àquela altura devia haver percebido que
nem todos apoiavam o sistema e aprendido algumas coisas importantes sobre o
horror de submeter alguém inocente aos jogos.
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