quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mockingjay – Esperança – Suzanne Collins


Sinopse:  Katniss sobreviveu novamente e agora corre mais perigo do que nunca, juntamente com todos que ama! A rebelião eclodiu nos Distritos e ela se vê no centro de tudo, protagonizando um reality-show definitivo que deve decidir o futuro da nação.

Qualidade: Brutalmente excelente!

Resenha: Fortes emoções nos foram reservadas para este volume e quem espera que tudo corra bem em todo o tempo, ainda não entendeu a brutalidade e o terror desta realidade futurista. Fiquei triste, assustada e inconformada com muitas situações, mas não tiro o mérito da narrativa que é mesmo impressionante.

Neste terceiro volume, Katniss precisa decidir se assume o papel de líder da rebelião que eclodiu por toda parte tendo como símbolo o Mockingjay que ela usava durante os jogos. Os volumes anteriores foram complicados de acompanhar, mas este foi aquele que mais me fez sofrer e sentir desconfortável, inconformada e infeliz. É uma guerra e a autora não nos poupa. 

Depois de viver o horror por duas vezes, Kat está enlouquecendo. Totalmente inconsciente do papel que representa para a rebelião dos Distritos, Kat precisa primeiro descobrir a si mesma e começa tentando retornar às origens, mas o Distrito 12 já não existe, foi totalmente dizimado por causa da rebelião. E se a culpa, os pesadelos e sequelas físicas já são ruins, Kat começa a sofrer por Peeta, que está preso e sofre torturas constantes. E é então que ela fica realmente paralisada. Dá pra entender como a coisa está ruim??

Temos a oportunidade de conhecer Gale e devo dizer que ele é muito parecido com a Kat. Ele foi endurecido pelas dificuldades da vida, é forte, determinado e por vezes radical em seus pensamentos. Por tudo isso, não pude torcer por eles como casal em nenhum momento. Por outro lado, nos deparamos com um novo Peeta e devo dizer que foi tudo muito estranho. Me senti impotente e abatida com isso, sofri e torci por ele como nunca.

Por fim, o embate político teve em mim um efeito que segue longe da esperança proposta. Me senti entre o ruim e o péssimo, sem uma opção realmente válida para dedicar as vidas, as lutas, o sofrimento. Realista até demais, a autora transmite certa falta de fé no ser humano e não tem título que me faça pensar o contrário.

SPOILERS!!!!

Embora possa considerar que houve um final feliz, é fato também que tivemos consequências terríveis, como a morte de personagens queridos e as sequelas dos combatentes. Fiquei especialmente espantada e arrasada com o horror vivido por Peeta. Toda dor, no entanto, tornou mais realista o conceito de guerra e esse mérito não posso negar, afinal no mundo real as estratégias nem sempre dão certo; algumas mortes acontecem mesmo de forma mais estúpida que outras e; sempre existem intenções não reveladas no jogo de poder.

Me senti frustrada e aborrecida com a missão de Katniss no Capitol. Pareceu que tudo girou em torno de um capricho da Kat, deixando a sensação de que foi em vão. Serviu para mostrar a tomada do Capitol e, acredito, nos fazer perceber o alto custo da rebelião, na qual anônimos morriam por toda parte.

O Distrito 13 surge como uma grande esperança de salvação, mas também vem carregado de conceitos contraditórios. O desejo por liberdade resvala numa rígida disciplina e forte controle profundamente arraigado naquela sociedade e que foi fruto da necessidade de sobrevivência. A visão de liberdade dos outros é tão diferenciada que somos levados a questionar o tipo de governo que aquele povo quer oferecer.


PS: Absurdo total foi a Kat apoiar a criação de novos jogos como forma de “justiça” contra as pessoas do Capitol. Para mim foi o cúmulo da falta de bom senso, até um exagero por parte da autora. Por mais que a Kat fosse meio instável, acredito que àquela altura devia haver percebido que nem todos apoiavam o sistema e aprendido algumas coisas importantes sobre o horror de submeter alguém inocente aos jogos. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário