quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ella Enfeitiçada – Gail Carson Levine


Sinopse: Ao nascer, Ella recebeu o “dom da obediência” de Lucinda, uma fada muito temperamental. Infelizmente, o presente revela-se uma terrível maldição já que Ella passa a ser obrigada a fazer tudo que lhe ordenam, por mais perigosas que tais imposições possam ser. Assim, em vez de torná-la dócil, o feitiço fez dela uma pessoa rebelde que precisa encontrar uma forma de reverter o encantamento antes que as coisas saiam totalmente do controle.

Qualificação: Ruim.

Resenha: Dessa vez o livro mais leve não conseguiu me conquistar. Tenho muito carinho por contos-de-fada e fiquei animada com a sinopse, mas ao final achei tudo tão bobinho que fiquei desapontada.

O que mais me incomodou foi a narrativa pobre, direta, com muitas falas. Nem os livros da Disney são tão rasos (falo daqueles com as versões originais, ok?!). A idéia é interessante, mas a execução deixou a desejar.  Ao ler, espero uma boa ambientação e senti falta disso, o autor parece supor que vejo tudo que ele cita, que não preciso de outros elementos para compor as cenas.

Esperava uma história original, mas encontrei uma sucessão de clichês. Uma espécie de mistura de vários contos (A Bela Adormecida e Cinderela são os mais gritantes) que se perde na costura dos elementos.

Olhando a história como um todo, tem trechos interessantes e algumas sacadas inteligentes (o livro animado, por exemplo), a própria concepção de um dom diferente e sua problemática parece reservar boas surpresas, mas a sensação é de uma promessa que não se cumpriu. Na maior parte do tempo, temos a mesma sensação que Ella de que o dom é chato e rende situações mais chatas do que qualquer outra coisa. Claro que a descoberta de um dom desse tipo pode ser um grande transtorno, mas esperava que esse encantamento rendesse momentos diversos, alguns até divertidos, em que ela precisasse contornar com soluções criativas antes mesmo que as pessoas se dessem conta do que estava acontecendo.

A introdução dos seres fantásticos foi estranha. Eles faziam parte daquele universo e, ainda assim, sempre que surgiam pareciam deslocados, fora de contexto, meio surreais. A fada madrinha consegue ser um outro personagem sem graça. Ela não é atrapalhada ou divertida em suas tentativas de conceder dons, o que torna pouco convincente a proposta de que não sabia o que estava fazendo, mas foi original ensinar uma lição a um personagem que costuma transmitir conhecimentos e possuir sabedoria.

A melhor coisa do livro são os momentos entre Ella e o príncipe. A personalidade de Ella surpreende e intriga o jovem, rendendo diálogos divertidos e cenas mais sensíveis/profundas, pelos quais conseguimos simpatizar com a relação que é construída. 


PS: Quem nunca escorregou pelo corrimão quando teve oportunidade?? 





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