Sinopse: Enquanto os senhores do Norte lutam incessantemente uns contra os outros e os Homens de Ferro estão prestes a emergir como uma força implacável, a rainha regente Cersei tenta manter intacta a força dos leões em Porto Real.
Qualificação:
Ótimo!!
Resenha: Depois da tormenta de espadas, um festim para corvos é
exatamente a imagem de Westeros devastada pela guerra, superabundando de corpos
em decomposição. O retrato é mesmo feio, sujo e degradante na maior parte do
tempo e ninguém está a salvo.
O volume é um pouco lento, a
exemplo do volume dois, com a introdução de três universos que já estavam
presentes, mas ainda não haviam sito tão descortinados para os leitores. É hora
de conhecer a fundo o reino de Dorne, o Ninho da Águia e as Ilhas de Ferro, se
aprofundar em suas motivações, disputas internas e encaixá-los melhor no
contexto geral. Junte a isso, a apresentação de Bravos, com seus diversos
templos, portos e exótico povo. Assim, mais um número enorme de personagens são
introduzidos, inclusive sobre muitos novos pontos de vistas, na verdade, quase
todos os pontos de vista são novos.
O autor concentra a narrativa
deste volume nos acontecimentos de Porto Real e áreas diretamente relacionadas,
de maneira que muitos personagens conhecidos, mesmo queridos, ficaram
totalmente de fora. Entendi perfeitamente o objetivo e, a certa altura, já
estava envolvida nas novidades e encantada com as possibilidades, mas esse
afastamento enorme de tudo que estava acompanhando nos volumes anteriores,
torna o volume arrastado em vários momentos. A vontade que dá é de pular um mar
de páginas e chegar naquilo que interessa, mas os detalhes são preciosos para
construir o impacto das ações e revelações.
SPOILERS!!!!!
Sem Dany, Jon e Tyrion, já fiquei
abatida, não tem como evitar. Não teve personagem que chegasse aos pés de
Tyrion, capaz de divertir e impressionar tanto, embora sua onipresença na mente
de Cersei já tenha sido algo irônica.
Tive uma boa surpresa na pessoa
de Sansa, ou melhor, Alayne. Ela está aprendendo direitinho a jogar o jogo de
intrigas de Petyr e ver as intenções de por trás de conversas e ações, está uma
delícia de acompanhar! Só fico um pouco confusa sobre as intenções do próprio
Petyr no assunto, a mente dele vai muito mais longe que a minha imaginação e
não sei dizer ainda qual o alvo que ele definiu. Ele nos contempla com migalhas
de vez em quando e já são tão atraentes que mal posso esperar por mais.
Apesar da morte de Tywin, de
Joffrey e da fuga de Tyrion, Porto Real ainda é dos Lannisters e Cersei põe
para fora toda sua sede de governar. Ao contrário de Joffrey, Tommem não tem
qualquer voz ativa e a Rainha Regente vai divando lindamente entre atos cada
vez mais estúpidos e paranóicos, afastando os amigos, se cercando de
marionetes, covardes e desonestos e termina por cair no laço que ela mesma
atou. Isso caminhava para o óbvio, assim, não foi muito interessante de
acompanhar, na verdade eu esperava uma Cersei com um pingo mais de juízo, mesmo
sendo óbvio que fazia besteira, até Mindinho concorda comigo, afinal esperava
que ela levasse mais tempo antes da derrocada final. Talvez eu só desejasse que
a morte de Ned tivesse mais valor se ela fosse mais astuta. Sempre apostei que
o seu valonquar era Jaime, afinal foi
dito várias vezes que ela nasceu primeiro que ele. A única surpresa genuína que
tive com ela foi o interesse por Rhaegar, maior até do que por Jaime, mais uma
razão para odiar Robert.
Jaime é um enigma mais
interessante. Um guerreiro que não consegue mais lutar e precisa redescobrir a
pessoa que pode ser. Lidar com a limitação e os erros, tem feito o personagem
crescer, refletir, redefinir seus horizontes e, somente por isso, conseguiu chegar
à verdade sobre sua amada irmã. Sem poder ser impulsivo e empunhar uma espada
com maestria, ele está sendo obrigado a pensar, ser cauteloso, usar
estratégias. Ele sabe que está marcado como Regicida independente do que faça e
não ousa mais alimentar esperança de mudar isso.
Arya Stark não consegue deixar de
ser quem é e todos a amamos por isso. Espero que ela não esteja realmente cega,
fiquei terrivelmente frustrada nessa hora, será que os Stark-wargs tem que
ficar deficientes para desenvolver seu potencial? Foi interessante conhecer
Bravos pelo olhar de Arya, entender da diversidade, especialmente no que se
refere à religião e aos deuses, pois todo o desenvolvimento geral está nos
conduzindo para uma verdadeira “guerra santa”.
Cada livro nos apresenta novas
facetas da fé. Já acompanhamos como é no Norte, com os Stark reverenciando o
Represeiro; os outros reinos de Westeros e os Sete; Stannis e a crença em
R’llhor, o Deus Vermelho de Melisandre; as ilhas de Ferro com o Deus Afogado e
o Deus da Tempestade e seus estranhos ritos; agora temos fanáticos chamados de
Corvos e exércitos se erguendo em defesa da fé. Bem, esses são os principais,
porque vimos muito mais desde o povo Nazareno e sua Maeggi até o Deus de Muitas
faces em Bravos.
Dorne tem uma construção
fascinante, especialmente pelas figuras femininas guerreiras, impulsivas e
cheias de personalidade. O Príncipe Doran é cansativo, mas extremamente
inteligente e foi uma grata surpresa descobrir quais eram seus verdadeiros
planos e que o seu desejo de vingança era tão presente quanto em todos os que o
cercavam. Chega prendi a respiração quando imaginei Arianne e Viserys, como
Rhaegar e Elia, imagino a frustração quando o tolo ganhou aquele banho de ouro.
Quero ter o prazer de conhecer melhor as Serpentes e a própria Arianne, pois me
parecem um desperdício presas daquele jeito.
Piratas estão querendo conquistar
o mundo!! Começou como um grão de areia em meio ao deserto a pretensão dos
Greyjoy ao trono de ferro. Victarion e Asha tinham argumentos muito interessantes,
mas o grande jogador ali era mesmo Euron e seu delírio no mais puro espírito de
dominação do mundo de Cérebro, para Pink nenhum botar defeito. No fim deste
livro já é possível acreditar que eles podem fazer muito mais do que ser um
pequeno incômodo rondando o Norte. Lembrou muito o crescimento de Stannis no
volume 2, especialmente por serem 2 reinos compostos de ilhas e atividade
marinha intensa, bem como pelo misticismo que os tem direcionado rumo a
improváveis vitórias.
Convenhamos, aquela saga de
Brienne não ia dar em nada e há muito que a única função da moça era descrever
a situação geral no reino pós batalha. Já imaginava que ela teria um encontro
com Cat e já fazia alguns capítulos que eu esperava pela morte da moça. No
entanto, tive muita pena de Pod. Nem morta Cat deixou de aprontar das suas e,
fazer mal julgamento parece ser sua marca registrada! Eu tinha esperança que
ela melhorasse, mas ela veio somente pra matar. Se é assim, quanto mais Freys e
Boltons, melhor!
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