Sinopse: Tally finalmente é perfeita: linda, fashion e muito
popular. Festas, luxo, tecnologia e liberdade não conseguem afastar uma
incômoda sensação de que algo importante está errado. Então Tally recebe uma
mensagem, que a faz se lembrar qual é o problema. Agora ela precisará esquecer
o que sabe ou lutar para sobreviver, pois as autoridades não pretendem deixar
que alguém espalhe esse tipo de informação.
Qualificação:
Ótimo!!!
Resenha: Toda idéia de perfeição traz
dentro de si um quê de bizarro. Pensei
em Hitler e tantos outros que perseguem esse ideal desconsiderando o preço mediante
o suposto fim. É difícil não relacionar essa visão futurística como um possível
destino para a humanidade em alguns aspectos, o que faz os argumentos e enganos
ainda mais assustadores.
“Concentre-se! Não se deixe seduzir pela
curtição!” (Candace – Phineas & Ferb)
Que vida intensa!!
Adolescentes de beleza excepcional extravasando toda adrenalina e rebeldia,
próprios da idade, com festas, bebidas, esportes radicais e sexo. Tecnologia de
ponta à disposição para suprir todas as necessidades sem nenhum custo adicional?
Também fazem parte do pacote! Que mais poderiam querer?
Tally conseguiu se
tornar perfeita e vive tudo aquilo que sempre sonhou. Suas maiores preocupações
estão na escolha do modelito do dia, da festinha mais interessante e em ser
aceita pela tribo mais VIP. As cirurgias estéticas fazem parte do visual, podendo ser feitas com a facilidade com que se troca de roupa, a criatividade dos jovens não vê limites na composição dos tipos, incluindo modificações especialmente para festas. Hoje em dia já possuímos lentes de contato bem diversificadas no mercado, não há limites para a vaidade.
Foi muito
divertido imaginar todas as facilidades da “cidade dos prazeres” e fácil
entender porque tudo parecia perfeito. O que foram aquelas cirurgias de pupila,
tatuagens dinâmicas, ou as especiais de expressões para festa com tempo de
duração?? Sem contar que a cirurgia geral dos 16 anos inclui elementos que
fortalecem os músculos, o metabolismo, os ossos, a imunidade, ou seja, não se
restringe ao lado estético na busca da perfeição. Claro que, embora pareça gratuito
e disponível a todos, o preço é bem alto: danos cerebrais que transformam a
pessoa em alguém submisso, passivo, e sem clareza de raciocínio, entre outras
coisas. E agora, como faz??
Tally está
bem e já não se lembra de muita coisa do período que fugiu para a Fumaça, o que
vai dificultar um pouco a execução do plano original de testar a cura. Porém o
grande lance deste volume atende pelo nome de Zane, com sua beleza excepcional,
sua compreensão daquilo que estava acontecendo e seu plano de permanecer borbulhante.
Se no
primeiro volume David guiou Tally na descoberta de si mesma e do mundo “enfumaçado”, neste é Zane o parceiro que
lhe fará entender a vida na cidade e os seus efeitos atordoantes, além de lhe
ajudar a conseguir clarear a mente para pensar ou mesmo desejar sair da
letargia.
A relação
com Zane é muito mais intensa do que foi com David. Viver uma farsa compartilhada
apenas pelos dois o tempo todo faz com que se aproximem em todos os sentidos,
criando uma linguagem particular, muitos momentos de um significativo silêncio,
a necessidade de estarem no mesmo espaço, de quer e buscar um ao outro em todas
as circunstâncias. Assim, ouso afirmar que minha preferência passa a tender
pela manutenção do casal, unido pela circunstância, mas também por um laço
muito profundo, de constante perigo, stress, jogos psicológicos que os faz uma
dupla incrível.
Muito
reveladora e interessante a conversa em que a Dra Cable convida Tally para
integrar as “Circunstâncias Especiais”, mais até do que isso, a conversa é
realmente bem fundamentada e a pessoa tem que ter muita convicção para não ser
convencida. É nesse momento que a gente começa a desejar que aconteça o próximo
passo, aquele que nos espera no volume 3, mesmo sabendo que o horror vai
aumentar proporcionalmente. Perceba se algo não soa familiar:
“Nós estamos sob controle, Tally, graças à
operação. Largados à própria sorte, os seres humanos são uma praga. Eles se
multiplicam sem controle, consomem todos os recursos naturais, destroem tudo em
que botam as mãos. Sem a operação, os seres humanos sempre se tornam Enferrujados.”
– Dra Cable
Enquanto a
cura não chega para todos, os jovens se envolvem em situações cada vez mais
limítrofes para conseguir se manter no estado borbulhante, em que a vida adquire contornos mais vívidos, emoções
mais intensas e mente mais ativa, ou seja, que eles se sentem no controle de si
mesmos. Ainda lidando com os efeitos colaterais da medicação, Tally e Zane precisam encontrar uma forma de trazer a cura
para os outros antes que os outros se machuquem de forma irreversível e que as
autoridades consigam descobrir a verdade e atrapalhar os planos.
Torço
muito para que resolvam fazer uma adaptação da série para as telas de cinema ou
tv. Pensei nisso muitas vezes, querendo ver coisas e pessoas em tela, como o
reencontro entre Tally e David, quando as pequenas imperfeições saltam aos
olhos, ou as corridas nas pranchas voadoras.
Por fim, sensacional as reviravoltas finais. Sim, ansiosa pelo próximo volume!
Por fim, sensacional as reviravoltas finais. Sim, ansiosa pelo próximo volume!
PS: A
visitinha ao “Projeto de Antropologia” também foi uma sacada genial.
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