Sinopse: Assustadoramente bonitos,
perigosamente fortes, chocantemente rápidos. Tally agora é Especial, uma super
máquina de combate, construída para manter os feios humilhados e os perfeitos
idiotas. A sensação é maravilhosa, mas no fundo Tally deseja algo mais. Seu
coração insiste em dizer que deve abandonar a missão para qual foi programada e
ela precisa tomar uma decisão que vai transformar o mundo que conhece.
Qualificação: Ótimo!!!
Resenha: À flor da pele! Como seria ter
sensibilidade tão intensa ao ponto de poder ouvir as batidas do coração de
alguém ou mesmo farejar o seu medo? Diria que, no mínimo, perturbador. E se
abandonar Zane nunca foi uma opção para Tally, ela tampouco contava em se
tornar Especial.
É difícil descrever
as sensações que temos com essa nova etapa. É perturbador, assustador, bizarro
e, mesmo assim, extasiante. Imagino se um drogado sente as coisas como são
descritas pelos Especiais, pois tudo adquire uma conotação de vício. Eles ficam
tão fissurados naquilo que sentem a ponto de cometerem atrocidades e se afundam
nas tentativas de maximizar, de tornar extremo tudo que vivem.
Sentidos tão
aguçados a ponto ver no outro um livro aberto, sem mistérios, aliados a um
sentimento de superioridade infinita, faz dos Cortadores jovens cruéis,
arrogantes e insensíveis, para os quais a fraqueza alheia chega a gerar nojo.
Se já era desconfortável perceber imperfeições de pele sendo um perfeito, como
um Especial até uma expressão facial se torna gritante, insuportável, daí o
menosprezo por todos que não são iguais a eles, sejam feios ou perfeitos.
Lógico que existe também muita manipulação cerebral no processo, mas eles se
sentem tão vivos e intensos, que fica mais difícil aceitar que a verdade pode
ser algo diferente do que têm em mente.
Falando em
insuportável, ô dó de Zane!!! A gente se acostuma com a solução fácil para
todos os males e não aceita muito bem o estado que ele se encontra, mesmo
conhecendo a gravidade e que os danos foram mínimos. E o desconforto de Tally
com a situação é constrangedor, só se salvando porque o conflito que ela
experimenta por não se conformar em vê-lo dessa nova maneira é que a faz
questionar essa nova forma de ver as coisas.
Nova Fumaça resiste
e está mais forte do que nunca, então Tally e Shay criam um plano para
descobrir onde os rebeldes estão e atribuir o feito a Zane de maneira que ele
se torne merecedor de se tornar um Especial e tenha um final feliz com Tally.
Elas só não previram que suas ações poderiam iniciar uma verdadeira guerra.
Spoilers!!!
Fiquei revoltada
com a morte de Zane. Entendi perfeitamente a necessidade, mas gente, como os
livros andam frustrantes, não?!! Passamos da época dos finais felizes com moral
para os finais aceitáveis com tragédias de moral, talvez para que o choque nos
faça lembrar as lições. Isso não funciona muito bem comigo e a vontade que
tenho é de esquecer essa parte e criar um final alternativo que satisfaça o meu
coração sonhador (#PRONTOFALEI!).
Revolta à parte, a
história foi muito bem construída. O amor entre Tally & Zane os motiva em
suas jornadas, faz Tally agir contra seus instintos e buscar transformações e leva
Zane à mesa de hospital em que acaba morrendo. Uma vez que os Cortadores
literalmente se cortavam para pensar com mais lucidez, só uma dor imensa como a
de perdê-lo para fazer Tally conseguir se reprogramar realmente.
A cura da Dra Cable
nos dá certa dimensão do quanto a cirurgia transformava a pessoa. Ela passa a
enxergar a si mesma e perde a convicção naquilo que fazia ao ponto de ser
rapidamente engolida pela avalanche dos acontecimentos.
O que representou a
permanência de Tally no estado de Especial? Foi como a criação de uma super
mulher para defesa da natureza. Uma forma de preservar aquilo de bom que o
sistema buscava e que parecia estar irremediavelmente perdido. Gostei da coerência na decisão, pois os dois lados tinham parte da razão.
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