Sinopse: A Era da Perfeição ficou no passado. Todos são livres para
ser como desejam e, nesse contexto, a fama agora é mais importante do que a beleza.
Aya Fuse é uma feia de 15 anos, que também sofre por ser um Extra, pois ocupar
a posição 451.611 na escala de popularidade da cidade mal lhe permite
sobreviver. Mas ela está empenhada em uma matéria tão boa que irá despertar o
interesse de todo mundo, incluindo alguém há muito desaparecido.
Qualificação: Ótimo!
Resenha: Vale quanto aparece!
A fama é a maneira mais rápida e fácil de conseguir vantagens, pois,
supostamente, quanto mais falam de você, mais importante você é para a
sociedade, certo?
Uma continuação no mesmo nível
dos volumes anteriores, com muitas inovações, aventuras radicais e personagens
fora do comum. Chegamos ao 4° livro e temos um contexto totalmente novo e muitas
descobertas a fazer.
Com a libertação é evidente que o
maior problema agora é a expansão, o avanço sobre a natureza. O sistema
rapidamente entra em colapso, pois a criatividade e a ambição não têm limites,
exigindo cada vez mais. É por essa razão que a sociedade de Aya estabelece um
novo critério para justificar a diferença no direcionamento de recursos.
O novo sistema é automatizado e
calcula continuamente o valor social da pessoa baseado na repercussão entre os
demais e, vale dizer que a fama é apenas um deles, pois o estudo, o trabalho,
as ações de cidadania também geram recursos. Algo lhe soa familiar? As pessoas vêem
e comentam mais: uma boa ação social ou a roupa de alguma celebridade que
desfila pelo tapete vermelho?? Existem mais pessoas se expondo ao ridículo na
internet ou participando de ações voluntárias em proteção à natureza?
Imagine um grupo de turistas
japoneses. É exagero pensar num futuro em que cada um tem a sua própria câmera
flutuante, seguindo seus passos e gravando tudo que ele faz? Pode até ser, mas
consegui aceitar essa versão com muita facilidade.
Num mundo de cirurgias ao gosto
do freguês, surgem diversas tribos, e variadas motivações, sendo a principal
delas se destacar na multidão. Vale mudar de cor, chocar, brilhar, criar
empatia e é interessante notar que uma parcela prefere até permanecer “avoado”. Hoje em dia já podemos nos
encantar com a perfeição de alguns cosplay,
imagine se a transformação pudesse ser real?! Não duvido que as pessoas fariam
disso sua escolha de vida, se transformariam em personagens que admiram. Tem
muita gente que iria delirar com a possibilidade de se transformar em algum personagem
de mangá/anime, é só pesquisar o que essa turma já tem feito por ai para entender
do que estamos falando.
Nova Perfeição é outra carga de
elementos visuais para preencher o nosso imaginário. A série toda trouxe uma
construção fantástica de futuro e sempre me senti meio maravilhada ao imaginar
cada proposta inserida pelo autor, mesmo as mais absurdas ou bizarras. Desde as
pranchas voadoras até a mansão flutuante, minha mente exultava tentando
acompanhar tudo. A imagem ao lado é um projeto do designer belga Vincent Callebaut, de uma cidade futurista destinada a abrigar “refugiados ecológicos". Lilipad, teria capacidade para 50 mil habitantes e seria um
refúgio contra as vítimas de desastres ambientais, como o efeito estufa, e
outras mazelas. Ficaria na órbita da terra. Se você gostou, vai se interessar em pesquisar sobre Dubai e algumas novidades tecnológicas que já são realidade. Percebi que já temos muitos desses elementos no mundo contemporâneo.
As traições são recorrentes nessa
coleção e aqui continuam acontecendo. A maneira peculiar de Aya ver o mundo
cria situações em que ela não consegue enxergar o óbvio, nem dimensionar os
seus sentimentos ou as conseqüências daquilo que faz. Sua noção de valor foi
deturpada pela realidade social e ainda acho estranha essa manutenção na
separação dos pais e seus filhos adolescentes depois da libertação.
Na contramão dessa maré existem
pessoas que procuram permanecer anônimas, ainda que suas ações possam alçá-las
à fama. Uma forma diferente de ver e pensar o mundo talvez seja o que Aya precisa
para entender melhor quem ela é e quais as coisas que realmente importam.
A nova “Circunstâncias Especiais” está de olho nos acontecimentos e situações
extremas podem exigir intervenções surpreendentes.
Por fim, foi muito inteligente a
maneira como o autor trabalha a questão da mídia, abordando suas diversas
facetas e a forma negligente como tem sido usada atualmente. Me chamou a
atenção a visão futurista de paparazzi
e seu cardume de câmeras inteligentes, também a forma como uma notícia pode
gerar uma porção de discussões inúteis ou causar uma comoção infundada.
PS: Decidi postar com a capa
original, pois a capa da versão tupiniquim não tem nada a ver e eu não quis repetir o erro cometido com o volume 01. Até hoje não consigo deixar de achar que Tally é loira!!
Spoilers!!!
É hora de dar nome aos bois... e falar
abertamente de alguns detalhes também.
Vou fugir totalmente da questão
Aya para dizer que gostei de como as coisas se definiram entre Tally e David. Não
é novidade que eu torcia por Zane e fiquei revoltada com sua morte, mas foi bom
ver que aquela relação realmente foi intensa e Tally precisou de tempo superá-la
e poder dar uma nova chance ao David. O garoto
que esperou finalmente conseguiu! - o que era de se esperar desde o volume
anterior, mas não foi uma coisa imediata, que invalidaria praticamente toda a
história do volume 3.
Não gostei do final. Tive a
sensação de que no fim, vale a pena ser famoso a qualquer custo, apesar dos
paparazzi e afins, mesmo para Aya, Tally e até para as Ardilosas!! Fiquei muito
desapontada com a presença da Kai/Lai na festa da Nana Love, sem falar que todas
as outras estavam aproveitando a popularidade também. Além disso, o
reconhecimento por Aya foi imediato, o que significa que a afirmação de que ela
mudaria de rosto não passou de um blefe? Nem a pegadinha com o bolo diminuiu a
sensação.
Frizz
foi um personagem interessante de acompanhar. A Honestidade Radical
proporcionou bons momentos, mas também levantou uma intrigante reflexão a
respeito da mentira e da escolha pela verdade. Para ser famoso ele interpretou
tanto e se reinventou de tantas formas que já não sabia quem era ou o que
queria de verdade. No entanto, como quase tudo na vida, a verdade não é boa por
si só, ela precisa de contexto para funcionar e a escolha pela sinceridade não
é fácil em muitas situações.
Bom, vi uns cosplay muuuuito
legais por ai! Vou só deixar mais alguns para a gente pensar na diversidade de
possibilidades...
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